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BBB: primeiros dias mostram que casa cheia e pipocas 'raiz' fazem reality valer a pena

Nova edição do 'Big Brother Brasil' voltou a encantar o público das gerações millennial e X, o que é um acerto no ponto de vista da EXAME Pop

Davi e Nizam: saiba se vale a pena ver a nova edição do 'Big Brother Brasil' (Multishow/Reprodução)

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 11h16.

Última atualização em 16 de janeiro de 2024 às 13h45.

As duas edições anteriores do 'Big Brother Brasil' parecem ter desanimado o público. E isso respingou no 'BBB 24', que teve a pior audiência registrada em uma estreia deste 2002. Segundo dados da Kantar Ibope Media, a primeira noite marcou 22 pontos. Até então, a pior audiência era da temporada de 2019, com 22,5 pontos. Mas é certo que, apesar dos altos e baixos, o 'Big Brother Brasil' se reinventa a cada ano há mais de duas décadas.

Chegando à vigésima quarta edição, tem ficado claro que olhar para o passado pode ser bastante positivo. Não à toa, logo de cara Boninho, que é o diretor do programa, avisou que, assim como nos anos 2000, a ideia era selecionar participantes mais "gente como a gente" para o ' BBB 24 '. O que ele quis dizer com isso? Simples: zero médicos, menos lipo LAD e mais pessoas cujas profissões refletem a realidade da grande maioria da população brasileira. De sacoleira a merendeiro escolar, assistir ao programa voltou a ser motivo de identificação, fazendo com que ele faça jus à categorização de reality show.

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Neste ponto, o 'BBB 24' já vale ser assistido. Apesar de não ter literalmente analisado o score dos jogadores no Serasa, como Boninho confessou à EXAME Pop em coletiva de imprensa, a produção conseguiu chegar mais perto do cerne da sociedade brasileira na seleção desse ano.

Exemplo disso foi a primeira prova do Líder que, além da liderança, valia um carro. A fisioterapeuta Deniziane foi a delírio ao sair vencedora porque finalmente iria ter um carro e deixar os perrengues no transporte público no passado.

https://twitter.com/canalantenados/status/1744837053546729831

Apesar disso, algo que tem feito falta são participantes com mais de 60 anos. Em mais de 20 anos de programa, apenas três edições contaram com participantes idosos. A primeira vez ocorreu na 9ª edição do reality show, com Naiá e Noberto. E, depois, durante a 16ª e 17ª temporada, quando tivemos a saudosa Dona Geralda que, entre um trago e outro de cigarro, cuspia umas verdades na cara dos participantes.

Menos Z

Outra coisa que chamou a atenção foi o fato de as “tias do sofá”, como carinhosamente são chamados aqueles que assistem ao ‘BBB’ somente pela televisão, finalmente reconhecerem os famosos que entraram, como Wanessa Camargo e Rodriguinho.

Muita gente da geração Z sequer sabia da existência dos dois, antigos conhecidos dos millennials e da geração X. Ter se atentado para quem de fato é o público fiel do 'Big Brother Brasil' é outro acerto de Boninho.

Se no 'BBB 20' a música "Don't Start Now", da cantora Dua Lipa, fez sucesso por causa das danças à lá TikTok de Manu Gavassi, talvez neste ano a música 'Tô Te Filmando', da banda de 'Os Travessos', possa encantar a geração Z que assiste ao programa.

Como estão os grupos do BBB 24? Veja duplas, divisões e intrigas que estão se formando

Novos meios

Quanto ao formato do programa, o fato de ser a edição com mais participantes é algo animador. Mais participantes aumentam as chances de picuinhas, resultando em mais dinâmicas e relacionamentos para os telespectadores acompanharem. Mas isso abre margem para que tudo fique um pouco mais confuso: a primeira semana foi recheada de dinâmicas, e o tempo ficou curto para mostrar cenas dos participantes se conhecendo. Tiveram detalhes que só o público só ficou sabendo ao acompanhar o reality por meio das redes sociais.

Outro ponto animador foi a mudança na votação. Se olhar para o passado é importante, olhar para o presente não deixa de ser essencial. Em uma linha do tempo, já vimos a votação acontecendo por telefone fixo, passando pelo SMS, lá no começo do 'BBB', e chegando ao voto por site e aplicativo.

Até então, o telespectador podia votar quantas vezes quisesse e os mutirões estavam cada vez mais populares. Mas, desta vez, há um outro tipo de votação: a por CPF, onde cada pessoa vota apenas uma vez. O resultado é uma média dos dois tipos de votação. Segundo o matemático Antônio Carlos Rosso, professor do Anglo, esse é uma mudança que pode deixar o público otimista, já que de fato vai ser um termômetro melhor para quem está sendo mais querido, e não para quem tem o fã clube mais engajado virtualmente.

"Essas duas estimativas podem ser interessantes para eventuais ações de marketing. Imagine um vídeo em uma rede social que é assistido por 100 pessoas diferentes ou 100 vezes por uma mesma pessoa e você percebe claramente esse efeito. Assim, a media aritmética das duas formas de votação é interessante para diminuir o efeito de eventuais fãs exageradamente engajados", afirma Rosso.

Além disso, agora o voto, pelo menos num primeiro momento, é para ficar. Ou seja, os dois mais votados serão so que permanecerão na casa. Isso é uma ótima estratégia para conseguir eliminar logo de cara aqueles participantes que não estão rendendo no 'BBB 24' e evitar que bons participantes saiam por causa da rivalidade entre grandes torcidas.

Caminhos traçados

Fora isso, vale o elogio à escolha dos participantes. Em uma semana, há vários personagens interessantes construindo boas narrativas. Cada um ao seu modo, os 'brothers' e 'sisters' parecem competir no  'BBB 24' em pé de igualdade.
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