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Mercado de Telecom do Brasil deve mudar, diz analista

O contrato da Oi com o BTG é a mais recente novidade na batalha pela consolidação no setor de telecomunicações do Brasil, que começou na Europa


	Analista ressaltou que qualquer venda de ativos da TIM Brasil pode envolver uma divisão da empresa entre vários outros agentes
 (Carl Court/AFP)

Analista ressaltou que qualquer venda de ativos da TIM Brasil pode envolver uma divisão da empresa entre vários outros agentes (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 11h36.

São Paulo - O cenário do setor de telecomunicações do Brasil pode estar à beira de mudanças, de acordo com o estrategista de crédito Rick Mattila, da Mitsubishi.

"Enquanto a Telefónica e a Telecom Italia continuam seu jogo de pôquer sobre os ativos da GVT no Brasil, que atualmente pertencem à Vivendi, a Oi sinalizou sua intenção de designar consultores para uma possível ação sobre a participação da Telecom Italia na TIM Brasil", afirmou.

"O conselho da Vivendi deve ter uma reunião hoje (quarta-feira, 27) para discutir suas opções. Portanto, podemos ver o desdobramento nesta frente no curtíssimo prazo", acrescentou. Ele também ressaltou que qualquer venda de ativos da TIM Brasil pode envolver uma divisão da empresa entre vários outros agentes.

A Oi informou, em comunicado ao mercado divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que assinou contrato com o Banco BTG Pactual para intermediar uma proposta de compra da participação da Telecom Itália na TIM Participações.

O contrato foi assinado na terça-feira, 26, e dá direitos ao BTG de agir em nome da companhia para "desenvolver alternativas para viabilizar proposta para a aquisição da participação detida indiretamente pela Telecom Italia na TIM". Atualmente, a Oi está em processo de fusão com a Portugal Telecom.

A notícia foi bem recebida pelo mercado de ações da Itália. Para os investidores, o desdobramento aparentemente pode ser uma solução melhor do que a fusão da Telecom Italia com a GVT. A Kepler Cheuvreux disse que vender uma fatia para a Oi deve aumentar o valor da Telecom Italia.

Contudo a corretora afirmou que a gestão da companhia italiana parece apoiar a opção pela GVT, que será discutida em uma reunião de diretoria hoje. Às 8h45 (de Brasília), as ações da Telecom Itália subiam 3,23% em Milão, as da Telefónica ganhavam 0,29% em Madri e os papéis da Portugal Telecom avançavam 5,61% em Lisboa.

O contrato da Oi com o BTG é a mais recente novidade na batalha pela consolidação no setor de telecomunicações do Brasil, que começou na Europa, quando a espanhola Telefónica quis elevar fatia no controle da Telecom Itália.

O Cade decidiu que a compra de uma participação majoritária na Telecom Italia pela Telefónica criaria um conflito de interesses no Brasil, onde as empresas europeias de telefonia são proprietárias das duas maiores operadoras de telefonia em participação de mercado do Brasil. A Telefônica Brasil tem participação de mercado de 29%, enquanto a TIM tem 27%.

O órgão regulador brasileiro disse que Telecom Italia deve vender a sua participação na TIM ou a Telefónica deve se desfazer de sua participação na Telecom Itália. A situação está se movendo rápido, com uma série de opções em jogo, a maioria delas centrada em torno da TIM e da GVT.

A Telefónica fez uma oferta de 6,7 bilhões de euros (US$ 8,8 bilhões) para comprar a GVT, que poderia então ser integrada à Telefônica Brasil, que opera sob a marca Vivo. O Wall Street Journal informou que a Telecom Italia sugeriu a fusão da TIM com a GVT.

Enquanto isso, a Telefónica, o maior acionista individual na Telecom Italia, com uma participação em torno de 14%, disse que planeja reduzir essa fatia, o que poderia aliviar um pouco a pressão dos órgãos reguladores brasileiros.

Com informações da Dow Jones

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