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Mars, dona do M&M's, compra Kellanova, da batata Pringles, diz Reuters

A aquisição coloca a empresa em uma posição ainda mais dominante no mercado de snacks

Kellanova, dona da Pringles, separou da WK Kellogg no final de 2023 (Flickr)

Kellanova, dona da Pringles, separou da WK Kellogg no final de 2023 (Flickr)

Publicado em 14 de agosto de 2024 às 08h54.

Mars, uma das maiores empresas de alimentos embalados do mundo (dona de marcas como M&M’s, Snickers e Skittles), fechou a compra da Kellanova, fabricante de produtos como Cheez-It e Pringles, em uma transação avaliada em US$ 36 bilhões, no maior negócio já feito nesse setor, segundo a Reuters.

As ações da Kellanova, que se separou da WK Kellogg no final de 2023, valorizaram-se em 7,85% no pré-mercado. 

 A aquisição coloca Mars em uma posição ainda mais dominante no mercado de snacks, mas também deve enfrentar o escrutínio dos reguladores antitruste.

Como está o setor?

O setor de alimentos embalados tem visto uma série de fusões e aquisições nos últimos anos, com empresas buscando crescer para enfrentar desafios como a inflação e as mudanças nas preferências dos consumidores. Em 2023, por exemplo, a J.M. Smucker adquiriu a Hostess Brands por US$ 5,6 bilhões, consolidando ainda mais o setor.

No entanto, grandes fusões têm sido menos comuns desde a união entre Heinz e Kraft, ocorrida há quase uma década. Os reguladores dos EUA têm demonstrado crescente preocupação com acordos que possam levar ao aumento dos preços e à redução das opções para os consumidores. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, os preços dos alimentos subiram 25% entre 2019 e 2023, uma alta maior do que a de outros bens e serviços. E por isso o negócio entre Mars e Kellanova pode demorar a sair.

Para se ter uma ideia, a Comissão Federal de Comércio dos EUA e o estado do Colorado já manifestaram oposição à fusão entre a Kroger e a Albertsons, no valor de US$ 25 bilhões , argumentando que a consolidação prejudicaria os consumidores ao aumentar os preços

A compra da Kellanova, por sua vez, seria a maior aquisição já realizada pela Mars, superando a compra da VCA, uma rede de hospitais veterinários, por US$ 9,1 bilhões em 2017. A Mars, com sede em McLean, Virgínia, é controlada pela família fundadora e tem buscado diversificar suas operações por meio de aquisições estratégicas. A empresa gera cerca de US$ 47 bilhões em vendas anuais e opera em três divisões principais: Mars Petcare, Mars Snacking e Mars Food & Nutrition.

Mas o preço é justo?

O preço que a Mars pagou pela Kellanova incomum no setor de consumo, especialmente para uma empresa que fabrica produtos que caíram em desuso entre clientes preocupados com a saúde.

Consumidores reduziram seus gastos após vários anos de inflação, o que elevou os preços de muitos produtos básicos acima dos níveis pré-pandêmicos.

No entanto, a Kellanova conseguiu até agora navegar pela desaceleração nos gastos do consumidor nos EUA e recentemente aumentou suas previsões de vendas para o ano inteiro após exceder as expectativas com seus últimos lucros.

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