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Festa da virada sem dor de cabeça: essa empresa vai fazer R$ 10 milhões acabando com a ressaca

No primeiro ano de vendas, faturaram 500.000 reais, valor que quadruplicou em 2023 e que deverá crescer ainda mais em 2024 com entrada em novos pontos de venda

Novvo: desde que lançaram o produto, em 2022, já venderam 130.000 doses (Divulgação: Novvo)

Novvo: desde que lançaram o produto, em 2022, já venderam 130.000 doses (Divulgação: Novvo)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 30 de dezembro de 2023 às 10h51.

O ano novo está chegando e com ele, as tradicionais festas da virada. Seja em casa, com os amigos, na praia ou na fazenda, muita gente aproveita a passagem de dezembro a janeiro para brindar e comemorar, muitas vezes com bebidas alcóolicas, principalmente espumantes.

Por isso, não raro, o primeiro dia do ano também vem acompanhado da primeira dor de cabeça do ano: a temida ressaca

E é justamente ela que os empresários Felipe Rebelatto e Rodrigo Hidaka querem combater com a Novvo. A empresa vende um suplemento, a ser tomado antes do consumo alcoólico, que atua reduzindo o efeito tóxico que o álcool tem no corpo. Ou seja, atacando a ressaca. 

O desenvolvimento do produto já tem sete anos, mas a comercialização, mesmo, começou em 2022, depois de conseguirem todos os registros e autorizações para vender o que chamam de pré-drink. 

No primeiro ano de vendas, faturaram 500.000 reais, valor que quadruplicou em 2023, quando as receitas bateram os 2 milhões de reais. 

Para o ano que está chegando, querem entrar com mais força em novos pontos de venda, como farmácias espalhadas pelo país, e crescer ainda mais, batendo 10 milhões de reais em faturamento. E deixando a dor de cabeça de lado. 

Como a Novvo nasceu 

Os dois empresários por trás da Novvo trabalhavam em auditorias antes da batalha contra a ressaca e se conheceram como colegas na Deloitte, uma das maiores empresas do setor.

Em 2014, Rebelatto mudou de área dentro da consultoria e passou a desenvolver projetos complexos, o que demandava uma alta jornada de trabalho. “Nessa época, comecei a pesquisar para melhorar produtividade, foco e gestão”, diz. “Analisando alguns dados, descobri que tinham ingredientes que ajudavam as pessoas a terem mais foco. Fui atrás e comecei a tomar”. 

Tomando esses ingredientes, porém, Rebelatto percebeu um efeito diferente do que apenas melhorar a produtividade. “Eu sempre tive ressacas muito fortes, acordava muito mal”, explica. “Quando comecei a tomar aqueles ingredientes, percebi que estava acordando bem melhor”. 

O empresário decidiu então contratar o chefe da área farmacêutica da Universidade Federal de Pernambuco para estudar mais sobre a composição. Depois de oito meses de trabalho, o entendimento foi o de que tinham um produto com capacidade de ajudar as pessoas a não sentirem ressaca no dia seguinte à bebedeira. 

Dali em diante, foram alguns anos de trabalho, envolvendo patentes, acordos de confidencialidade e  estudando os ingredientes naturais que fazem o suplemento, como quitosana e colina. 

Na prática, segundo as informações da empresa, a fórmula encontrada absorve e neutraliza 58% do acetaldeído em circulação no organismo. A substância, que se forma quando o fígado metaboliza o álcool, tem um efeito tóxico que é o grande vilão da ressaca. Ao mesmo tempo, a Novvo ajuda na produção de glutationa, antioxidante natural do sistema gastrointestinal, que ajuda a retomar os níveis ideais de nutrientes do organismo. 

Em 2022, fizeram o lançamento do produto comercialmente e fecharam o ano faturando 500.000 reais, valor que quadruplicou no ano seguinte e que deve crescer rumo aos 10 milhões de faturamento em 2024.

O suplemento é produzido nos Estados Unidos, pela parceria com um laboratório norte-americano, e importado a preço de custo para o Brasil, onde é encapsulado e colocado à venda. 

Para dar o efeito anti-ressaca, o consumidor precisa beber um envelope (que vem com três pílulas) antes de começar a festa. O preço do envelope varia conforme a quantidade comprada e também de onde está sendo vendido. Na farmácia, sai entre R$ 17,90 e R$ 21,90 o pacote com as três pílulas.

Qual a estratégia da Novvo para crescer

Para praticamente quintuplicar o faturamento para o ano que vem, há muito trabalho pela frente. 

Uma das principais estratégias é entrar com força no varejo físico por meio das farmácias. Hoje, a Novvo já está presente em grandes redes, como Panvel, Drogaria São Paulo e Drogaria Iguatemi. 

Também trabalham para entrar em outros canais de venda, como aquelas lojas autônomas em condomínios e aplicativos de delivery. Além disso, querem estar em festas de casamento e em formaturas. 

“Estamos trazendo pessoas de um expertise grande de trade marketing e execução de vendas”, diz o empresário. “Também estamos fazendo rodadas de investimento para estruturar melhor o time. Temos que fazer comunicação do produto para gerar sellout. Estamos querendo fazer rodada, injetar capital, estruturar a equipe”. 

Antes disso tudo, porém, foco no verão.

"“O verão é o melhor momento para nós, já que as pessoas bebem mais e quem experimenta o produto se torna cliente fiel, especialmente ao acordar se sentindo bem depois de uma noite de festas”."Felipe Rebelatto

Claro, há desafios pela frente. “Acho que o maior é criar uma nova rotina nas pessoas”, diz Hidaka. “Ninguém está preocupado em se prevenir. Estamos criando rotina para prevenção da ressaca, porque prevenir é melhor que remediar”. 

Esse é um dos diferenciais da Novvo em relação a alguns concorrentes. Talvez o mais lembrado seja o Engov, apesar de ambos os produtos serem bem diferentes, segundo os empresários.

“O Engov é remédio, nós somos um suplemento de produtos naturais”, afirma Rebelatto. “Por isso, eles só conseguem ser vendidos em farmácia, nós não. Eles também atuam nos sintomas da ressaca, como dor de cabeça e dor de estômago, enquanto a gente atua na toxina do álcool. São as principais diferenças”. 

Quais as metas futuras da Novvo 

Desde que lançaram o produto, em 2022, já venderam 130.000 doses. Em 2023, conquistaram a patente do suplemento, o que garante a proteção intelectual da biotecnologia, o que deve impulsionar ainda mais as vendas.

Para o futuro, há planos de ir para o exterior. Já há solicitação para comercialização em países como

  • Dinamarca
  • Ruanda
  • Espanha
  • Inglaterra
  • Itália

Um ponto de atenção é para que, nessa toada de crescimento, não percam o foco ou acabem se desequilibrando. “Temos passado por grandes empresas para profissionalizar nosso crescimento e estruturá-lo para escalarmos”, diz. “Não queremos crescer sem estrutura para sofrer depois”. 

Ao que tudo indica, a dor de cabeça de ressaca não é a única que eles querem evitar.

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