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Essa startup conecta atletas a bolsas de estudos. E acaba de receber R$ 1,6 milhão para expandir

Foco da empresa são bolsas para educação básica em escolas privadas, mas também há oportunidades para faculdade

Ivan Ballesteros: ele saiu de um time na Espanha por conta de lesão e percebeu que nem todos jogadores tinham condições de bancar faculdade (Esporte Educa/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 26 de setembro de 2023 às 08h40.

O paulistano Ivan Ballesteros cresceu com o sonho que é o mesmo de muitos meninos e meninas do país: se tornar atleta de futebol. E ele até conseguiu. Entre 2005 e 2012, atuou em alguns clubes no Brasil e na Espanha. Quando estava na Europa, porém, sofreu uma lesão séria e precisou se afastar dos campos. Voltou para o Brasil e entrou para a faculdade. Foi quando percebeu um problema.

“Na mesma época que eu saí do time que atuava na Europa, tinha um amigo que deixou de jogar futebol também”, diz. “ Eu tinha uma reserva e consegui ir para a faculdade, mas ele não. Acabou que virou traficante e foi preso. Ele não teve a oportunidade que eu tive”.

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Foi dessa percepção que nasceu o embrião do que viria ser a Esporte Educa, uma startup que conecta atletas e esportistas a bolsas de estudo em colégios, cursos de idiomas e faculdades do país. Antes de criá-la, em 2020, Ballesteros atuou, ainda, em uma empresa de análise de performance de jogadores e com educação. “Quando estava na faculdade, notei que tinha muitas cadeiras vazias e criei na própria instituição de ensino um projeto que deu bolsa para 100 atletas”, diz. “Fiquei trabalhando lá por dois anos, até sair, estudar sobre startup e criar a Esporte Educa”.

Agora, a empresa de Ballesteros acaba de receber um aporte de 1,6 milhões de reais para expandir. A ideia é usar o dinheiro para atrair mais instituições de ensino na plataforma e, consequentemente, mais atletas. Também querem lançar novos produtos na linha de educação.

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Como a Esporte Educa funciona

A Esporte Educa é um marketplace que junta as bolsas de educação das instituições de ensino e os atletas que estão procurando por oportunidades de aprenderem novos assuntos. Na prática, o atleta entra na plataforma da Esporte Educa, faz um cadastro, comprova que é esportista e escolhe qual bolsa quer. Depois, o time da startup faz uma análise, em conjunto com a equipe da instituição financeira, e convida o atleta para ingressar no curso.

A maioria das bolsas sociais apresentam descontos de 40% a 60%, mas há casos de escolas que já forneceram bolsas integrais, e outras que oferecem descontos de 10%. Hoje, são 17 instituições de ensino que oferecem bolsas na startup. A maioria de São Paulo, mas também do Rio de Janeiro. Desde que foi fundada, há três anos, a Esporte Educa já avaliou cerca de 3.000 atletas e deu bolsas para 540.

"O sonho de se tornar um atleta profissional parece promissor, mas apenas 1% dos jovens alcançam o esporte de alto rendimento e os outros 99% não vão chegar nem perto de profissionalizar”, diz. “Demonstramos aos atletas que não é necessário renunciar a um sonho para perseguir outro. Estamos comprometidos em preparar jovens para prosperar tanto em suas carreiras esportivas quanto no mercado de trabalho formal”.

Na plataforma, a Esporte Educa fatura cobrando a primeira mensalidade do curso. É o aluno que paga diretamente para a startup, mas depois, ele consegue abater do primeiro pagamento na instituição de ensino. Ou seja, quem paga, mesmo, é a escola ou universidade. A empresa não divulga qual é o seu faturamento.

Como será usado o aporte

O aporte terá duas finalidades principais:

Sobre o desenvolvimento dos novos produtos, Ballesteros explica que em outubro, a Esporte Educa vai lançar uma plataforma educacional para oferecer cursos livres a atletas. Entre as matérias, haverá direito básico para jogador de futebol, finanças para atletas, inglês básico e curso de oratória. A ideia é que, no próximo ano, esse braço já represente 60% do faturamento da empresa, apesar de que a aposta, em médio e longo prazo, é que as bolsas para educação básica representem a maior fatia da receita.

Sobre o incremento de time, a ideia é contratar mais gente na área de tecnologia para automatizar o processo de avaliação do atleta e escalar o marketplace mais rapidamente. Também querem aumentar o marketing para ter mais escolas oferecendo bolsas e, consequentemente, mais atletas às procurando. A ideia é ir de oito para 15 funcionários até o final do ano.

“A gente já matriculou 540 atletas e nos próximos 12 meses, queremos chegar à meta de mais de 2.000 atletas matriculados”, diz. “Com o aporte, vamos expandir para fora da região Sudeste e queremos ter 200 instituições de ensino e clubes parceiros”.

A Esporte Educa já recebeu outros dois incentivos financeiros anteriormente. O primeiro aconteceu em meio à pandemia, em 2021, e foi realizado por Marcelo Franco via Verve Capital, que tem foco no early stage e visa ser o primeiro cheque das startups. O segundo foi em 2022 sendo um misto de Family & Friends e investidores anjo.

Qual o futuro da Esporte Educa

Além da plataforma educacional, a Esporte Educa tem o plano de, no longo prazo, ajudar no financiamento de cursos para atletas. Na visão de Ballesteros, mesmo com uma bolsa de 60%, ainda acaba faltando capital para algumas pessoas entrarem em universidades ou escolas privadas. “Então, com essa tríade 'bolsas de estudo no ensino formal, escola digital e financiamento de atletas, entendemos que existirá um hub importante de educação e esporte”.

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