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Ele quer que todo influencer seja empreendedor — e tem R$ 28 mi para chegar lá

A Lastlink acaba de receber investimento em rodada série A liderada pela Astella Investimentos, com participação do BTG Pactual e da Endeavor Scale-Up Ventures

Michel Ank, fundador da Lastlink: "Queremos ser o que Shopify foi para o e-commerce" (Lastlink/Divulgação)

Michel Ank, fundador da Lastlink: "Queremos ser o que Shopify foi para o e-commerce" (Lastlink/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 11h00.

Se a primeira onda da creator economy no Brasil foi sobre criar conteúdo e engajar audiências, a próxima será sobre monetização e profissionalização. A Lastlink, startup que oferece estrutura completa para criadores venderem produtos e serviços online, acaba de levantar R$ 28 milhões em sua rodada Série A.

O investimento foi liderado pela Astella Investimentos, com participação do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) e da Endeavor Scale-Up Ventures.

A empresa quer ser a base tecnológica e operacional para que qualquer criador — do fitness ao financeiro, passando por mentorias, eventos e produtos físicos — possa transformar a audiência em um negócio escalável. É estimado que o Brasil tenha cerca de 500 mil empreendedores digitais ativos.

A meta da Lastlink é processar R$ 1 bilhão em vendas até 2026, oferecendo pagamento, checkout, analytics e gestão automatizada para pequenos negócios digitais em expansão.

Como tudo começou?

Fundador da empresa, Michel Ank cresceu em Conselheiro Lafaiete, interior de Minas Gerais. Começou a trabalhar com internet aos 15 anos, passou pela área de tecnologia da cooperativa Copertran e depois atuou por mais de uma década na Vale. “A carreira corporativa me ensinou muito, mas eu queria resolver problemas em escala. Empreender virou o caminho natural”, conta.

Em 2018, Michel fundou a Bume, uma empresa de ferramentas para redes sociais que ajudava criadores a gerenciarem o Instagram. O projeto teve sucesso entre influenciadores de médio porte, mas não era escalável no longo prazo.

Foi no auge da pandemia, em 2020, que nasceu a Lastlink: com a proposta de permitir que qualquer pessoa criasse sua própria escola digital.

Para Ank, o valor não estava apenas no conteúdo, mas na comunidade em torno de quem ensinava. Diferente das plataformas tradicionais de cursos gravados, a Lastlink entende que o engajamento, o acesso e a interação com o criador de conteúdo eram o que sustentava a disposição de pagar.

O que é e como funciona a Lastlink

Na prática, a Lastlink funciona como uma infraestrutura plug-and-play para criadores digitais. A plataforma permite que eles criem links exclusivos para vender produtos digitais ou físicos, oferecendo gestão automatizada de pagamentos (Pix, cartão, recorrência), relatórios, membros, marketing digital e um app próprio para a base de clientes.

“Você aperta o play e tudo acontece por trás. O criador só precisa se preocupar com o que ele faz de melhor: criar e vender”, explica Michel Ank. Segundo ele, o foco está nos chamados creatorpreneurs, pessoas que querem profissionalizar seus negócios digitais, mas esbarram na dificuldade de operar sozinhas um negócio com estrutura, recorrência e confiança.

Além da camada tecnológica, a empresa pretende atuar também como uma comunidade de apoio. “Temos criadores do mundo fitness, financeiro, educação, saúde. O que eles têm em comum é a capacidade de transformar a vida das pessoas com conhecimento aplicado”, diz Michel.

O que vem por aí?

A rodada de R$ 28 milhões foi estruturada para expandir a tecnologia da Lastlink, atrair talentos e consolidar a base operacional. “Nosso objetivo é ser a base para milhões de criadores nos próximos anos. Queremos ser o que Shopify foi para o e-commerce: uma infraestrutura que roda o negócio online com robustez”, afirma Michel Ank.

Para a Astella, que já investiu em empresas como RD Station e Omie, o movimento é estratégico. “A Lastlink está se consolidando como a infraestrutura da nova economia digital no Brasil, com potencial para liderar essa categoria”, afirma Marcelo Sato, general partner da Astella.

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