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Cerveja das gurias: Macuco vai abrir segunda loja em Porto Alegre para superar pandemia

A Macuco Cervejas Artesanais foi criada em 2016, faturou R$ 751 mil em 2019, atravessou a pandemia e agora prepara a inauguração de sua segunda loja

Com investimento de R$ 50 mil, o casal apostou suas fichas em uma moto adaptada para participar de feiras de rua (Macuco/Divulgação)

Com investimento de R$ 50 mil, o casal apostou suas fichas em uma moto adaptada para participar de feiras de rua (Macuco/Divulgação)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 28 de junho de 2022 às 10h45.

Última atualização em 28 de junho de 2022 às 15h22.

Empreender não estava no radar de Michelle Ferraz e Fernanda Nascimento. Até 2013, ambas seguiam a carreira acadêmica e se dedicavam ao mestrado e doutorado. Foi durante um congresso em Belém, no Pará, que as gaúchas conheceram as carvejas frutadas, decidiram criar uma marca própria e abandonar a vida acadêmica.

Parecia arriscado, mas empreender tem funcionado: depois de anos de estudo, a Macuco Cervejas Artesanais foi criada em 2016, faturou R$ 751 mil em 2019, atravessou a pandemia e agora prepara a inauguração de sua segunda loja em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

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Com investimento de R$ 50 mil, o casal apostou suas fichas em uma moto adaptada com quatro torneiras e desenvolveu seus primeiros rótulos para participar de feiras de rua. Elas enfrentaram um ambiente majoritariamente masculino e se tornaram as primeiras mulheres na cidade a desenvolverem e venderem suas próprias cervejas.

"Na época não tinha mulheres à frente de negócios de cerveja, ainda mais mulheres da comunidade LGBT. Galgamos espaço pouco a pouco e hoje somos referência. A Macuco foi importante para abrir caminho para mulheres nesse setor e no empreendedorismo", afirma Michelle.

 

Cerveja Macuco: Michelle Ferraz e Fernanda Nascimento com a moto adapta para vender cervejas

Cerveja Macuco: Michelle Ferraz e Fernanda Nascimento com a moto adaptada para vender cervejas (Macuco/Divulgação)

No começo tudo foi um desafio. Michelle conta que foi difícil achar uma fábrica parceira que aceitasse desenvolver os rótulos pensado por elas. "Tivemos muita persistência e resiliência para criar a Macuco. Além do descrédito de todo mundo, tivemos de nos adaptar a sazonalidade do mercado e a volatilidade de vendas",  explica.

As empreendedoras adaptaram uma segunda moto, mas logo perceberam que precisariam de uma loja física para fazer a Macuco crescer. Em dezembro de 2017, elas abriram um bar no centro histórico de Porto Alegre. O faturamento da 'cerveja das gurias' começou a decolar. Os eventos e o bar renderam R$ 590 mil em 2018. No ano seguinte, a estratégica de crescimento incluiu o maior uso das redes sociais e o faturamento atingiu seu ápice: R$ 751 mil em 2019. Nessa época, metade das vendas aconteciam nas redes sociais.

Cerveja artesanal Macuco

Cerveja artesanal Macuco (Macuco/Divulgação)

Com a pandemia, o bar ficou fechado durante nove meses em 2020. "Como empreender é a nossa vida e a nossa fonte de renda, nós não cogitamos fechar a loja. Nos adaptamos e desenvolvemos o delivery em poucos dias", diz Michelle.

Com o aumento da produção de cervejas em lata, desenvolvimento de embalagens maiores e venda de kits nas redes sociais, a Macuco faturou R$ 470 mil naquele ano. "O marketing digital foi fundamental para que a gente tivesse público durante toda pandemia. Mesmo após a reabertura, nossa comunicação é feita totalmente pelas redes sociais, principalmente pelo Instagram e WhatsApp".

Em 2021, mais dois meses de bares fechados. O faturamento estacionou em R$ 488 mil. Com 30 rótulos disponíveis em 2022, o casal faz entregas para outros estados e vai inaugurar uma segunda loja em Porto Alegre em agosto. A expectativa é alcançar o faturamento de 2019 e superar os efeitos da pandemia.

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