Arnault é dono da LVMH, rede de luxo por trás de marcas como Dior, Tiffany e Louis Vuitton (Philippe LOPEZ/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 13 de abril de 2023 às 10h46.
Última atualização em 24 de abril de 2023 às 10h06.
Bernard Arnault, dono do conglomerado de luxo LVMH responsável por marcas como Dior, Tiffany & Co. e Louis Vuitton, ficou US$ 11,7 bilhões mais rico nesta quinta-feira, 13. Arnault atualmente é o homem mais rico do mundo e tem um patrimônio estimado agora em US$ 233,1 bilhões, de acordo com o ranking em tempo real da Forbes.
O crescimento de 5,29% em sua fortuna é atribuído aos resultados financeiros apresentados nesta quarta-feira, 12, pela LVMH. A companhia registrou receitas de 21 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 17% em relação ao ano anterior.
Os dados foram impulsionados por vendas fortes na Europa e no Japão, além de ter mantido o ciclo de expansão nos Estados Unidos e começar a ver a recuperação da demanda de outros países da Ásia.
Com os números, as ações do conglomerado abriram com fôlego na Euronext Paris (antiga Bolsa de Paris). Estão sendo negociadas a 875,30 euros, alta de 4,55% em relação ao fechamento do dia anterior. Como o bilionário detém 50% de participação na operação, a fortuna de Arnault é impactada pelos bons ventos.
Nascido em Roubaix, na França, em março de 1949, Arnault é filho de integrantes de grandes indústrias da região e desde adolescente teve interesse pelo ambiente dos negócios. A educação do empresário foi de primeira classe, com passagens pelo liceu de Roubaix e o liceu de Faidherbe em Lille e, mais tarde, pela Ecole Polytechnique, concluindo o curso de engenharia em 1971.
Aos 22 anos, Arnault deu início na sua trajetória profissional na Ferret-Savinel, empresa de engenharia criada pelo pai e que migrou para o setor imobiliário. Com a morte do patriarca, o executivo reposicionou a empresa para o mercado de luxo e logo fez a primeira aquisição, a Financiére Agache.
Conhecido por sua gana de vencer e estratégia agressiva nos negócios, Arnault ganhou alguns apelidos que ajudam revelar a jornada construída pelo atual dono do posto de homem mais rico do mundo. Entre eles, “O Exterminador do futuro”, “Lobo de Cashmere”, “Sun Tzu do Luxo” e o “Maquiavel das Finanças”.
O primeiro, “O Exterminador do Futuro”, surgiu logo que entrou no mercado de luxo, na década de 1980. Ele disputou a licitação pelo Boussac, conglomerado que detinha a marca Christian Dior, e pouco tempo depois de assumir o negócio, demitiu nove mil funcionários e se desfez da maior parte dos ativos da empresa, mantendo a marca Dior.
A conquista do comando da LVMH veio como resultado de uma outra batalha travada pelo executivo, quando ganhou denominações como “o lobo do cashmere” e “Maquiavel das Finanças”, referência a Nicolau Maquiavel, autor do clássico “O Príncipe”.
Em 1989, ele assumiu empresa, resultado da fusão entre a empresa de moda Louis Vuitton e o produtor de bebidas Moët Hennessy, em 1987. Arnault tinha investido no negócio e passou a discordar da gestão de Henry Racamier, reconhecido por vitalizar a Louis Vuitton. Por dentro, mexeu as peças, tirou Racamier do poder e o expulsou do conselho.
A última jogada em que a estratégia de Arnault pode ser acompanhada de perto foi na aquisição da Tiffany & Co. Após a LVMH e a joalheria americana anunciarem um acordo para a transação, veio a pandemia, perda de valor de mercado e trocas públicas de acusações entre as duas companhias. A discussão rendeu a economia de alguns milhões de dólares para a LVMH e os seus acionistas – US$ 420 milhões, precisamente.
Além da fama de negociador ferrenho, Arnault também se notabilizou por seu empenho à filantropia e às causas ligadas ao meio ambiente.
Em 2019, ele doou aproximadamente US$ 11 milhões para ajudar no combate às queimadas na Amazônia. Na pandemia de Covid-19, o bilionário francês transformou parte de algumas de algumas instalações de fabricação de perfumes para a produção de 12 toneladas de álcool em gel, doadas a hospitais de Paris.