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Apple confirma interesse em carros autônomos

O boato sobre o desejo da empresa da maçã já circulava há um bom tempo, mas era voltado a criação dos veículos e não do software que irá guiá-los

Apple: O boato sobre o desejo da empresa da maçã já circulava há um bom tempo (Chance Chan/Reuters)

Apple: O boato sobre o desejo da empresa da maçã já circulava há um bom tempo (Chance Chan/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 11h42.

Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 17h03.

São Paulo – A Apple confirmou que está interessada em criar uma tecnologia para carros autônomos. A visão ficou clara em uma carta escrita por Steve Kenner, diretor de integridade de produtos da Apple, aos reguladores de transporte dos Estados Unidos.

A carta foi enviada no dia 22 de novembro, mas se tornou pública apenas no dia 2 de dezembro. Leia aqui a carta completa da Apple, em inglês.

O boato sobre o desejo da empresa da maçã já circulava há um bom tempo. No entanto, inicialmente a discussão estava em torno da produção dos carros e não do desenvolvimento do software que iria controlá-los.

Centenas de pessoas já estavam trabalhando na criação de um veículo elétrico. Apesar disso, a companhia negava o interesse em carros autônomos, até agora.

Na carta, Kenner mencionava um software que poderia controlar um carro que dirigisse sem a intervenção humana. Segundo ele, a companhia “está investindo pesadamente em aprendizado de máquinas e automação”, que poderiam ser usados em diversos campos, “inclusive transportes”.

A Apple já usa máquinas capazes de aprender com o usuário para tornar suas tecnologias mais pessoais.

A companhia também pede ao órgão que promova um ambiente competitivo justo entre empresas automotivas já estabelecidas e novos entrantes nesse mercado.

Essa iniciativa é chamada internamente de Projeto Titan. Para a Apple, carros autônomos são o futuro dos transportes e poderiam gerar benefícios sociais significativos. Sem a intervenção humana, milhões de acidentes e mortes poderiam ser evitados, disse a empresa.

Ainda que essas tecnologias devam ser incentivadas, as empresas “deveriam considerar as suas dimensões éticas em termos amplos e profundos”, disse. Um dos pontos é o compartilhamento de dados. Sem prejuízo à privacidade dos usuários, a Apple acredita que as companhias devam compartilhar informações sobre acidentes para prevenir casos futuros.

Ao Wall Street Journal, o porta-voz da Apple Tom Neumayr afirmou que “Queremos trabalhar com a National Highway Traffic Safety Administration (Administração nacional de Segurança do Tráfico nas Rodovias, em tradução livre), para ajudar a definir as melhores práticas para a indústria”.

A Apple não é a única interessada nessa tecnologia. Entre as empresas que estão investindo nessa tecnologia, estão a Tesla, a Alphabet, empresa mãe do Google, a Volvo em parceria com a Autoliv, o Uber, a BMW e a Intel.

A competição e as discussões éticas serão extensas nos próximos anos.

 

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