Cerca de 15,8 milhões de eleitores estão aptos a votar na disputa entre Jeannette Jara e José Antonio Kast (Raul Bravo e Rodrigo Arangua/AFP)
Redação Exame
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 09h03.
As urnas foram abertas neste domingo, 14, no Chile para o segundo turno da eleição presidencial que definirá quem sucederá Gabriel Boric no Palácio La Moneda a partir de março do ano que vem.
Cerca de 15,8 milhões de eleitores estão aptos a votar na disputa entre a ex-ministra do Trabalho Jeannette Jara, de 51 anos, do Partido Comunista e da coalizão governista, e o ex-deputado José Antonio Kast, de 59 anos, do Partido Republicano, da ultradireita. No país, a reeleição não é permitida.
Jara terminou o primeiro turno na liderança, com 3.476.554 votos, o equivalente a 26,85% do total. Kast ficou em segundo lugar, com 3.097.685 votos, ou 23,92%. Esta é a terceira vez que o ex-deputado concorre à Presidência; há quatro anos, foi derrotado por Boric.
Apesar do desempenho inicial de Jara, pesquisas divulgadas por agências locais e internacionais ao longo da campanha indicaram vantagem para Kast no segundo turno.
A campanha eleitoral foi encerrada na última sexta, 12. Nos discursos e propostas apresentados, Kast defendeu o endurecimento das políticas migratórias e o reforço das ações de lei e ordem.
Jara, por sua vez, concentrou sua plataforma em reformas sociais, no combate ao crime e no diálogo com eleitores indecisos.
A eleição deste ano marca a estreia do voto obrigatório no Chile. Na última disputa presidencial, realizada há quatro anos, a abstenção alcançou 53%, um dado que ampliou o debate sobre participação eleitoral no país.
A votação ocorre em um domingo de baixas temperaturas e chuvas em algumas regiões, em um cenário de disputa intensa. O pleito se encerra às 18h, quando termina a votação entre Jara e Kast. Até a divulgação dos resultados, os dois candidatos devem passar o dia com familiares e, no fim da tarde, se reunir com suas bases políticas.
Além do impacto interno, a eleição é acompanhada de perto por parceiros regionais. O Chile é o maior produtor mundial de cobre e o segundo maior produtor de lítio, e mantém relações comerciais relevantes com o Brasil, apesar de não ter fronteira física com o país.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil é o maior parceiro comercial chileno na América do Sul, enquanto o Chile ocupa a sétima posição entre os parceiros comerciais do Brasil, respondendo por 2,1% da corrente de comércio brasileira.