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Ucrânia relata grande avanço em Kursk, na Rússia – Putin diz que dará resposta 'digna'

Chefe militar russo admitiu revés em território; mais de 120 mil pessoas já deixaram a região

Área destruída por tropas ucranianas na região de Kursk ("AFP PHOTO / GOVERNOR OF KURSK REGION"/AFP)

Área destruída por tropas ucranianas na região de Kursk ("AFP PHOTO / GOVERNOR OF KURSK REGION"/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 06h18.

Última atualização em 13 de agosto de 2024 às 06h34.

O principal comandante da Ucrânia disse que suas forças capturaram 1.000 km² da região de Kursk, na fronteira com a Rússia, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu uma "resposta digna" ao ataque e ordenou que suas tropas "desalojassem o inimigo de nossos territórios".

Com a Rússia ainda lutando para repelir o ataque surpresa uma semana após seu início, o principal comandante da Ucrânia na guerra, Oleksandr Syrskyi, informou o presidente Volodymyr Zelensky por vídeo que o avanço em território russo estava em andamento, de acordo com o Guardian.

"Continuamos a conduzir uma operação ofensiva na região de Kursk. Atualmente, controlamos cerca de 1.000 quilômetros quadrados do território da Federação Russa", disse ele em um vídeo publicado na conta do Telegram de Zelensky.

Ele forneceu poucos detalhes, continuando a estratégia de silêncio de Kiev que contrasta fortemente com a contraofensiva do ano passado, que era conhecida com meses de antecedência e que naufragou nas linhas defensivas russas.

Syrskyi falou algumas horas depois de Alexei Smirnov, governador regional interino da Rússia em Kursk, estimar que as forças de Kiev haviam tomado o controle de 28 cidades e vilarejos.

Embora menos da metade da estimativa de Syrkyi sobre os ganhos territoriais ucranianos, as observações de Smirnov foram uma admissão pública de um grande revés russo nesses mais de dois anos de guerra.

Em uma reunião televisionada com autoridades do governo, Putin disse que "um dos objetivos óbvios do inimigo é semear discórdia, conflito, intimidar as pessoas, destruir a unidade e a coesão da sociedade russa".

Como está Kursk hoje?

Mais de 120 mil pessoas fugiram da região desde o início dos combates, que mataram pelo menos 12 civis e feriram mais 121, segundo o governador regional Alexei Smirnov.

As autoridades em Kursk anunciaram na segunda-feira que estavam ampliando seu plano de evacuação para incluir o distrito de Belovsky, onde há 14.000 moradores. A região vizinha de Belgorod também disse que estava esvaziando seu distrito fronteiriço de Krasnoyaruzhsky.

Putin disse que a Rússia responderia mostrando "apoio unânime a todos aqueles em perigo" e afirmou que houve um aumento de homens se alistando para lutar. "O inimigo receberá uma resposta digna", disse ele.

Zelensky disse aos ucranianos em seu discurso na segunda-feira que a operação era uma questão de segurança e que a região de Kursk havia sido usada pela Rússia para lançar muitos ataques contra a Ucrânia.

Ele disse que a região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, que fica do outro lado da fronteira da região de Kursk, foi atacada pela Rússia quase 2.100 vezes desde 1º de junho.

"A Rússia deve ser forçada a fazer a paz se Putin quer lutar tanto", disse Zelensky. "A Rússia trouxe a guerra para os outros, e agora ela está voltando para casa", acrescentou.

O ataque ucraniano ocorre após meses de avanços lentos, mas constantes, das forças russas no leste, o que forçou as tropas ucranianas a recuarem enquanto tentam resistir ao uso pesado de bombas e tropas de assalto de Moscou.

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