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Seafarms investirá US$1,5 bilhão em fazenda de camarões

Os cientistas estão tentando mapear o genoma do camarão-tigre-gigante para produzir um superinvertebrado que crescerá mais rapidamente


	Camarões: os cientistas estão tentando mapear o genoma do camarão-tigre-gigante para produzir um superinvertebrado que crescerá mais rapidamente
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Camarões: os cientistas estão tentando mapear o genoma do camarão-tigre-gigante para produzir um superinvertebrado que crescerá mais rapidamente (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2016 às 18h57.

Em algum lugar das vastas zonas de pesca ao largo da costa norte da Austrália está aberta a caça pelos Adãos e Evas necessários para criar uma super-raça de camarões.

Os poucos escolhidos serão a chave do sucesso de um plano de US$ 1,5 bilhão da Seafarms Group para construir a maior fazenda de camarões do mundo desenvolvido.

O maior desafio não é cavar 1.000 lagos em um lugar quase tão grande quanto a Disney World, na Flórida, nem transportar os camarões de uma das regiões mais remotas da Austrália para os mercados da Ásia.

A viabilidade do projeto Sea Dragon está na criação em laboratório, dentro de alguns anos, daquilo que séculos de evolução natural não foram capazes.

Os cientistas estão tentando mapear o genoma do camarão-tigre-gigante para produzir um superinvertebrado que crescerá mais rapidamente, combaterá doenças de forma mais efetiva e terá um sabor melhor do que seus irmãos que circulam livremente.

“Trata-se de uma seleção natural acelerada”, disse Dean Jerry, professor da Universidade James Cook, em Townsville, na região norte de Queensland, que lidera uma equipe que trabalha no projeto com recursos da Seafarms e do governo australiano. “O que estamos realmente tentando gerar é um camarão que cresça o mais rapidamente possível.”

O projeto Sea Dragon, que busca financiamento de investidores estrangeiros, também representa um teste à capacidade da Austrália de emergir do boom da mineração, do tipo que ocorre uma vez a cada 100 anos, e oferecer mais alimentos às populações crescentes da Ásia.

Os alimentos produzidos pela aquicultura precisarão dobrar até 2030 para atender a demanda global, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

“Temos um desafio real, globalmente, de alimentar o mundo”, disse o diretor da Seafarms, Chris Mitchell, em entrevista. “Os humanos fizeram isso com o frango, com a vaca e com a ovelha. Não é mágica, apenas princípios científicos muito bons sendo aplicados rigorosamente.”

Uma desova

As habilidades reprodutivas do animal coincidem com a escala do projeto -- que quando estiver totalmente finalizado, será o sétimo maior produtor do mundo.

Uma fêmea de camarão-tigre produz até 400.000 filhotes em uma única desova, dando aos exigentes cientistas um amplo leque de candidatos para avançar para a geração seguinte.

É notório que peixes e crustáceos criados em cativeiro são frágeis. Cerca de 40 por cento são perdidos em todo o mundo devido a doenças antes que possam ser consumidos, segundo Jerry. Em algumas partes da Ásia, morreram populações inteiras de camarões criados em cativeiro.

O camarão de rápido crescimento é a prioridade, mas ele também precisa conter níveis extraordinariamente altos de ômega 3 e ganhar uma atrativa tonalidade de rosa ao ser preparado.

O produto final será livre de antibióticos, pode ser maior que o punho de um homem e pesar 50 gramas -- várias vezes mais do que um camarão congelado comum.

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