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Guerra na Ucrânia: tropas russas cercam Kiev; ataque por terra é esperado

Russos se aproximam de Kiev por terra nesta sexta-feira, 25, e ataque com tanques à cidade é esperado para as próximas horas

 (Pierre Crom/Getty Images)

(Pierre Crom/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 06h40.

Última atualização em 2 de março de 2022 às 10h37.

*Esta reportagem foi atualizada até 25 de fevereiro. Confira neste link as últimas notícias da guerra na Ucrânia.

Novos ataques a cidades ucranianas continuam nesta sexta-feira, 25, e tropas russas cercam por terra a capital ucraniana, Kiev.

Explosões ocorreram em uma série de cidades da Ucrânia e em Kiev na madrugada, no que é o segundo dia de invasão russa ao país. Além dos ataques aéreos, tropas russas chegam a Kiev por terra, vindas da fronteira com Belarus, aliado russo.

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No distrito de Obolon, ao norte de Kiev, o governo local pediu aos civis que "façam coquetéis molotov para neutralizar o inimigo". O governo ucraniano tem distribuído armas a cidadãos e homens acima de 18 anos não tem conseguido deixar o país.

No início da tarde, a Rússia afirmou estar disposta a negociar com a Ucrânia, segundo um porta-voz do Kremlin. O comunicado veio após o presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, acenar com a possiblidade de uma posição "neutra" ucraniana em relação à Otan, aliança militar do Ocidente.

As condições propostas pela Rússia são vistas como severas, com a Ucrânia possivelmente tendo de abrir mão de investimentos militares e de futura aproximação com a Otan. Situação parecida ocorreu com a Finlândia durante a Guerra Fria.

O temor dessa situação, em Kiev, é que os governos ucranianos sejam substituídos por autoridades totalmente alinhadas à Rússia, e não aos interesses ucranianos.

Ataques à Ucrania

Fortes explosões foram ouvidas no centro de Kiev na madrugada desta sexta-feira. O exército da Ucrânia relatou "disparos de mísseis" contra a capital e a destruição de dois deles pelos sistemas de defesa. Sirenes foram disparadas na capital em diversos momentos, alertando para risco de novo ataque.

Nas primeiras horas da sexta-feira, um prédio residencial ficou em chamas após ser atingido por destroços de uma aeronave russa abatida.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que ao menos três pessoas haviam ficado feridas, uma delas em estado crítico, em um bairro residencial ao sudeste da capital. Além disso, ele informou que capital ucraniana "entrou em uma fase defensiva", pois as tropas russas trouxeram os sons da guerra para a cidade.

"A cidade entrou numa fase defensiva. Tiros e explosões estão soando em alguns bairros em que os sabotadores já entraram em Kiev. O inimigo quer colocar a capital de joelhos e nos destruir", disse ele em uma coletiva de imprensa.

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Oficiais ucranianos esperam que tanques russos adentrem novas áreas de Kiev ainda hoje, incluindo a região onde está a sede do governo.

No primeiro dia de invasão russa, na quinta-feira, ao menos 137 ucranianos, incluindo civis, foram mortos, segundo as autoridades do país, com mais de 300 feridos. A Ucrânia afirma que morreram cerca de 50 soldados russos e diz ter danificado seis aeronaves.

O Ministério da Defesa da Ucrânia informou hoje que mais de 1.000 militares russos haviam sido mortos até o momento no conflito ucraniano.

"A Rússia não sofreu tantas baixas durante os combates em nenhum de seus conflitos armados desde seu início", disse o ministério.

Nas primeiras horas de sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez discurso afirmando que o país foi abandonado pelo restante do mundo.

"Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado", afirmou em um vídeo publicado na conta presidencial. "Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo", lamentou.

Zelensky em discurso nesta sexta-feira, 25: presidente ucraniano negou que deixará o país (Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency/Getty Images)

Zelensky negou que tenha saído do país. "Vou ficar na capital" disse ele, acrescentando que sua família também estava na Ucrânia, mas que ele não poderia divulgar sua localização. "O inimigo me marcou como alvo nº 1, minha família, como alvo nº 2. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado", afirmou.

Zelensky também esteve em contato hoje com o premiê britânico, Boris Johnson, e pediu que o Ocidente aumente sanções contra a Rússia, para além do pacote anunciado ontem, visto como insuficiente.

Fronteiras sob pressão

Ao leste, cidades que dividem a região separatista de Donbas (onde ficam as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk) são frente de batalha neste momento, enquanto tropas russas tentam avançar para além desses territórios.

No oeste do país, mais distante da divisa com a Rússia, a fila de carros na fronteira com a Polônia e a Hungria envolve uma espera de mais de 15 horas, segundo agências internacionais.

Há ainda restrições de combustível e filas nos postos em todo o país.

Com a lei marcial decretada ontem na Ucrânia e a convocação de reservistas do exército, parte significativa dos homens não está mais autorizados a deixar o país. Na fronteira, segundo agências internacionais, muitos homens têm ido somente levar as famílias.

(Com agências)

*A matéria será atualizada ao longo do dia com os novos desdobramentos do conflito.

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