Enchentes na Ásia: evento climático foi um dos que marcaram 2025 (Getty Images)
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Publicado em 29 de dezembro de 2025 às 06h01.
Com o aquecimento global intensificando as mudanças climáticas, o mundo deve enfrentar com maior frequência eventos climáticos extremos como ondas de calor, inundações, tempestades torrenciais, ciclones, entre outras.
De acordo com o relatório Climate Risk Index 2025, entre 1993 e 2022, mais de 765 mil pessoas morreram ao redor do mundo em resultado direto dos 9.400 eventos climáticos extremos registrados no período.
Segundo o relatório, os eventos que antes eram raros podem se tornar o "novo normal".
Um exemplo é a Alemanha, citada no documento, que viu em 2022 mais eventos extremos do que nos últimos 100 anos.
Dentro desse cenário, 2025 não foi diferente e foi marcado por diferentes eventos climáticos que marcaram o ano no Brasil e no mundo.
Durante julho de 2025, o hemisfério norte encarou um dos verões mais severos em sua história.
Segundo monitoramento feito pela Imperial College em parceria com a World Weather Attribution, as temperaturas altas do verão europeu intensificadas pelas mudanças climáticas resultou em 16.500 mais mortes do que nos anos em que o clima não havia sido afetado por ações humanas.
Neste ano, a Europa contabilizou ao menos oito mortes diretamente relacionadas à onda de calor de 2025, que ultrapassou a marca dos 40 °C em diversos países.
Entre novembro e dezembro deste ano, chuvas torrenciais atingiram o Sri Lanka, Sumatra, o sul da Tailândia e o norte da Malásia.
No começo de dezembro, foi confirmada a marca de 1.200 mortos em decorrência das enchentes na região.
O ciclone extratropical atingiu a região Sul em 7 de novembro deste ano e devastou o Paraná.
A cidade mais afetada foi Rio Bonito do Iguaçu, na região Centro-Sul do estado, que teve cerca de 90% dos prédios comerciais e residenciais da cidade atingidos pelo evento climático. Seis pessoas morreram e 400 ficaram feridas na cidade.
Tornado no Paraná atingiu 90% de Rio Bonito do Iguaçu (Ari Dias/AEN/Reprodução)
Os prejuízos estimados do desastre ultrapassaram o valor de R$ 114 milhões.
O início de 2025 foi marcado por fortes chuvas e deslizamentos no Brasil, afetando principalmente os estados Piauí, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pará.
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, os eventos registrados no início do ano no Brasil resultaram em 115 mortes, 59,7% mais do que as 72 registradas no mesmo período de 2024.
O aquecimento global segue e a expectativa é que 2025 e torne o ano mais quente da história. O dado deve ser anunciado em janeiro de 2026, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) costuma divulgar o balanço do ano anterior.
Em janeiro de 2025, por exemplo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou 2024 como o ano mais quente já registrado.
Segundo o relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado em novembro deste ano, os planos para frear o aquecimento global atuais só conseguem limitar aumento de temperatura a 2,3°C.
Ainda segundo o relatório, para cumprir o Acordo de Paris e limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais seria necessário realizar cortes de mais de 40% nas emissões de gases de efeito estufa até 20230.