Presidente do México esclarece termos do acordo espacial com a Rússia
O acordo assinado entre México e Rússia em setembro de 2021 tem como foco "a exploração e o uso do espaço ultraterrestre para fins pacíficos", de acordo com o Ministério das Relações Exteriores mexicano
México: López Obrador reiterou que o México "tem uma política de neutralidade" diante do conflito entre Rússia e Ucrânia (Reuters/Reuters)
10 de outubro de 2022, 20h08
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, admitiu nesta segunda-feira , 10, a existência de um acordo de cooperação espacial com a Rússia, ao mesmo tempo em que rejeitou uma série de convênios entre agências de segurança dos Estados unidos e um governo estadual mexicano.
O acordo assinado entre México e Rússia em setembro de 2021 tem como foco "a exploração e o uso do espaço ultraterrestre para fins pacíficos", de acordo com o Ministério das Relações Exteriores mexicano.
No entanto, a embaixada russa no México afirmou na semana passada, em sua conta oficial no Facebook, que o acordo prevê a "possível instalação de estações #GLONASS em território mexicano", um sistema global de navegação por satélite russo, semelhante ao GPS americano.
No sábado, a chancelaria mexicana rejeitou tal afirmação em comunicado, ao garantir que o acordo "não contempla ações relacionadas com o sistema Glonass".
"É um acordo firmado antes da guerra entre Rússia e Ucrânia e agora estão fazendo um escândalo porque dizem que o México está permitindo que satélites russos possam ser usados para espionar o espaço aéreo mexicano e da América do Norte", se defendeu López Obrador em coletiva de imprensa.
O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, afirmou que "o sistema de satélites Glonass não será instalado no México".
"O Acordo de Referência não menciona, nem inclui (o sistema de satélites) e não está planejado instalá-lo em nosso país", acrescentou Ebrard no Twitter no sábado.
López Obrador reiterou que o México "tem uma política de neutralidade" diante do conflito entre Rússia e Ucrânia "e queremos uma solução pacífica para essa polêmica", afirmou.
O presidente de esquerda também rejeitou uma série de acordos de segurança entre autoridades dos Estados Unidos e o governo do estado de Zacatecas (centro), alegando que violam a lei mexicana.
"Na Constituição, está expressamente proibido que os governos estaduais assinem convênios com governos estrangeiros", afirmou.
Estes acordos foram anunciados na última quinta-feira pelo embaixador americano no México, Ken Salazar, que afirmou pelo Twitter ter participado de uma "reunião histórica" entre representantes do FBI, da DEA, USAID e outras agências americanas, e autoridades de Zacatecas, um estado assolado pela violência do crime organizado.
Questionado se tais acordos são ilegais, López Obrador respondeu que "sim", mas que seu governo não "fará um escândalo" sobre isso. "Nós temos que agir com critério e não brigar, vamos buscar boas relações", completou.
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