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Monti lança campanha com promessa de cortar impostos

Primeiro-ministro da Itália prometeu cortar impostos trabalhistas para estimular o crescimento, abandonando uma postura tecnocrata neutra do primeiro mandato


	Mario Monti: ex-comissário europeu foi nomeado em 2011 para liderar um governo não eleito para salvar a Itália da crise financeira após a saída de Silvio Berlusconi
 (Eric Gaillard/Reuters)

Mario Monti: ex-comissário europeu foi nomeado em 2011 para liderar um governo não eleito para salvar a Itália da crise financeira após a saída de Silvio Berlusconi (Eric Gaillard/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 12h53.

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, prometeu nesta quarta-feira cortar impostos trabalhistas para estimular o crescimento, abandonando uma postura tecnocrata neutra e lançando sua campanha para um segundo mandato.

O ex-comissário europeu foi nomeado em novembro de 2011 para liderar um governo não eleito de direita-esquerda para salvar a Itália da crise financeira após a saída de Silvio Berlusconi.

O partido de Berlusconi retirou seu apoio a Monti em dezembro, e o premiê renunciou em 21 de dezembro, cerca de dois meses antes do que havia sido planejado.

Na sexta-feira, Monti abandonou seu papel de mediador para entrar na política em seu próprio direito e liderar uma aliança centrista para concorrer à eleição parlamentar de 24-25 de fevereiro.

O bloco do premiê, de 69 anos, está agora em uma disputa de três vias com o Partido Democrático (PD), de esquerda, e o partido Povo da Liberdade (PDL), do quatro vezes primeiro-ministro Berlusconi, à direita.

Pesquisas iniciais sugerem que o bloco de Monti poderia ganhar até 16 por cento dos votos, privando rivais de uma vitória clara, mas não o suficiente para governar.

Elas mostram o PD e seus aliados da coalizão a caminho de ganhar a votação, pelo menos na Câmara. Monti repetiu nesta quarta-feira que quer formar uma ampla coalizão de partidos pró-Europa e pró-reforma após a eleição.

Para os italianos, que têm suportado o peso de medidas de austeridade que Monti introduziu no final de 2011 para salvar a Itália de uma crise de dívida ao estilo grego, Monti prometeu baixar impostos sobre o trabalho e "redistribuir" a riqueza dos mais ricos aos mais pobres, se ele ganhar.


"Precisamos reduzir os impostos sobre a força de trabalho, tanto para os trabalhadores quanto para as empresas, por meio do corte de gastos", disse ele em uma entrevista de uma hora com a rádio estatal.

Monti novamente ridicularizou Berlusconi, dizendo que ele foi pessoalmente "confundido" por suas "ilógicas" oscilações de elogiar seu governo a atacá-lo.

"Espero que os eleitores estejam menos confusos do que eu", disse.

Berlusconi, de 76 anos, atacou Monti dizendo que ele recebia ordens da chanceler alemã, Angela Merkel, mas ao mesmo tempo ofereceu-lhe a liderança da centro-direita.

Pela primeira vez, Monti também atacou diretamente a centro-esquerda, dizendo que o PD, de Pier Luigi Bersani, e o aliado SEL eram muito próximos de posições sindicais destinadas a proteger os empregos e não criar novos.

A centro-esquerda "quer conservar --por razões nobres e de boa fé, tenho certeza-- um mercado de trabalho cristalizado, hiperprotetor, em comparação com outros países", afirmou Monti.

Monti é o favorito dos mercados, dos empresários e da Igreja Católica, e o PD disse que vai continuar o caminho do governo Monti de mente europeia, embora com ajustes para impulsionar o crescimento e o emprego.

Monti tem ajudado a restaurar a confiança dos investidores na Itália. A principal medida disto --a diferença nas taxas de juros entre os títulos italianos de 10 anos e os bunds alemães-- estava nesta quarta-feira em torno de metade do nível que estava quando ele assumiu o cargo.

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