Milhares de italianos protestam contra plano de austeridade
Manifestação foi organizada por maior sindicato do país, que conta com mais de seis milhões de membros
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2010 às 17h31.
Roma - Milhares de italianos participaram de manifestações em Roma neste sábado (12/6) para protestar contra as medidas de austeridade do governo que incluem corte de financiamento a governos locais e congelamento de salários do setor público.
A manifestação "O peso está todo sobre nossos ombros" promovido pelo maior sindicato da Itália acontece antes da greve de um dia, marcada para 25 de junho, contra o plano de 25 bilhões de euros em cortes de gastos aprovado pelo governo do premiê italiano, Silvio Berlusconi.
O sindicato, o CGIL, afirma que as medidas de austeridade são injustas, com uma parcela desproporcional dos cortes recaindo sobre a classe trabalhadora mais pobre. O grupo sindical tem mais de 6 milhões de membros, mais da metade deles aposentados.
Estudantes, aposentados, trabalhadores temporários e funcionários públicos fizeram uma passeata pela região central de Roma segurando balões e bandeiras vermelhas. "Há uma parte da população, principalmente funcionários públicos, mas também trabalhadores do setor privado, que estão sustentando praticamente todo o sacrifício", disse Guglielmo Epifani, diretor do CGIL. "Há outra parte do país que não está sendo chamada para fazer os sacrifícios que poderia fazer."
A entidade informou que cerca de 100.000 italianos participaram da manifestação. O número não pode ser verificado de maneira independente.
O protesto ganhou apoio de alguns partidos da oposição como o centrista Itália de Valores e dos Comunistas, mas o apoio não foi amplo, em um sinal de que o governo conseguirá implementar as medidas sem grandes dificuldades.
A Itália tem outras duas grandes centrais sindicais que se recusaram a participar do protesto convocado pela CGIL. Enquanto isso, o líder centrista Pierferdinando Casini chamou a manifestação deste sábado de "inútil".
"Muitos na Itália ainda não perceberam que estamos sentados sobre um vulcão prestes a explodir", disse Casini. "Ninguém hoje pode ficar sentado a beira do rio esperando pelo corpo boiando, porque o corpo poderá ser o do nosso país."