Metrô de Londres: obrigatoriedade do uso de máscaras continuará (AFP/AFP)
Carolina Riveira
Publicado em 14 de julho de 2021 às 14h36.
Última atualização em 14 de julho de 2021 às 14h43.
A prefeitura de Londres anunciou nesta quarta-feira, 14, que o uso de máscara continuará obrigatório no transporte público, mesmo após o fim das restrições de circulação, previstas para terminarem neste mês.
A partir da próxima segunda-feira, 19 de julho, o premiê britânico, Boris Johnson, confirmou que não haverá mais na Inglaterra obrigatoriedade do uso de máscara em espaços públicos. Mas a preocupação com a variante Delta fez Londres decidir manter a restrição para o transporte, como trens, metrô e ônibus.
Deixando clara a queda de braço com o governo nacional, o prefeito londrino, Sadiq Khan, do Partido Trabalhista (oposição ao Partido Conservador de Boris Johnson), disse que se recusava a "colocar em risco os londrinos e a recuperação da nossa cidade".
"A opção mais simples e segura teria sido o governo manter a obrigação nacional de usar máscara no transporte público", disse.
Os agentes no transporte londrino negarão o acesso a quem não estiver usando máscara, segundo afirmou a prefeitura.
O Reino Unido inclui, além da Inglaterra, os territórios de País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia, e cada um tem autonomia para decidir seu próprio calendário de fim da quarentena.
Os países britânicos passaram por momentos de um lockdown rigoroso desde o começo da pandemia, mas vêm relaxando as restrições progressivamente nos últimos meses, em meio ao avanço da vacinação.
Até esta quarta-feira, em todo o Reino Unido, 51% da população havia sido completamente vacinada (com duas doses ou a vacina da Janssen), e 68% havia tomado ao menos uma dose.
Apesar da vacinação avançada, especialistas têm recomendado seguir usando máscaras sobretudo em lugares fechados, e alguns criticam o governo britânico por manter o fim das restrições mesmo com o avanço de casos.
O aumento de casos originados pela variante Delta — encontrada inicialmente na Índia — é uma preocupação. A média móvel de novos casos diários no Reino Unido, que caiu à casa dos 1.000 por dia em maio, supera hoje os 35.000.
A boa notícia é que a vacinação tem reduzido a ocorrência de casos graves entre os infectados e o número de mortes, mesmo com a variante. A média móvel britânica está em cerca de 25 mortes por dia, muito abaixo das mais de 1.200 vítimas diárias em dezembro, no começo da vacinação.
Além disso, com a maior parte dos idosos e adultos mais velhos vacinados, os casos têm se concentrado nos mais jovens, que tendem a desenvolver quadros menos graves.
Ainda assim, a chamada "covid longa", sequelas da covid-19 que perduram mesmo após a recuperação, podem ser um problema grave mesmo para os jovens. As sequelas vão de problemas respiratórios a alguma perda de memória, leve ou severa.
Variantes como a Delta também têm se mostrado mais graves mesmo nos jovens, na comparação com as primeiras cepas do coronavírus identificadas no começo da pandemia.
Outro desafio é garantir que o Reino Unido, o que mais tem sofrido com a variante Delta na Europa, não seja palco para o surgimento de novas variantes resistentes às vacinas.
A preocupação com a variante já tem feito outros países europeus imporem maior número de restrições aos viajantes vindos do Reino Unido. O país não faz mais parte da União Europeia oficialmente desde o começo do ano em meio ao Brexit.
(Com informações da AFP)
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