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A França no divã

A França celebra hoje os 227 da queda da Bastilha, marco da revolução de 1789 e data mais simbólica de sua república. Na reta final de seu mandato, o presidente François Hollande dará sua última entrevista tradicional deste feriado. Durante 45 minutos, o chefe de estado responde às perguntas dos jornalistas na sala de retratos […]

FERIADO NACIONAL: a França celebra os 227 anos da queda da Bastilha nesta quinta-feira / Jean-Pierre Houël, em 1789
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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2016 às 19h27.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h49.

A França celebra hoje os 227 da queda da Bastilha, marco da revolução de 1789 e data mais simbólica de sua república. Na reta final de seu mandato, o presidente François Hollande dará sua última entrevista tradicional deste feriado. Durante 45 minutos, o chefe de estado responde às perguntas dos jornalistas na sala de retratos do Palácio Élysée, residência oficial e gabinete do presidente.

A pauta é longa – e complicada. Para começar, Hollande terá que dar explicações sobre o salário de 10.000 euros de seu barbeiro particular (revelado ontem). Depois, os problemas domésticos de rotina, como as leis trabalhistas e o avanço do terrorismo. Mas a pauta deve se concentrar mesmo na nova configuração da Europa sem o Reino Unido e nas eleições presidenciais de 2017, com a pré-candidata Marine Le Pen em campanha pelo “Frexit”.

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Na quarta, Hollande anunciou que, junto com a Alemanha, a França deve comandar a saída do Reino Unido da União Europeia. Os líderes das principais economias do bloco se reúnem no final de agosto, junto com o primeiro-ministro da Itália, para discutir as regras do Brexit. A iniciativa de marcar uma reunião é uma estratégia política com duas intenções: reafirmar a França como uma voz importante na União Europeia e brigar para manter o bloco coeso, impedindo que os discursos nacionalistas de seus opositores ganhem força no país.

A popularidade de Hollande é baixíssima: 84% não querem que ele dispute a reeleição e seu governo é aprovado por apenas 18% – com leve melhora após uma Eurocopa sem graves incidentes. O presidente já enfrenta batalhas em sua própria base: o ministro da economia Emmanuel Macron está prestes a romper com o governo para se lançar candidato. Em tempos de repressão a protestos, altas taxas de desemprego e discursos por separação, a França vai passar o feriado longe de celebrar a fraternidade, e precisando segurar o avanço do discurso de liberté escolhido pelos britânicos.

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