Kirchner vs. Macri está nas mãos dos sindicatos divididos
Se ela ficar para trás já nas primárias, a articulação de movimentos para brigar em seu favor fica ainda mais complicada
EXAME Hoje
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 06h44.
Última atualização em 22 de agosto de 2017 às 08h35.
A guerra da ex-presidente argentina Cristina Kirchner contra o atual ocupante do cargo, Mauricio Macri , está de pé, mas não será fácil de ganhar. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) – movimento tradicionalmente kirchnerista – convocou sindicatos para se concentrarem na Praça de Maio, às 15h desta terça-feira, contra a flexibilização das leis trabalhistas, a reforma da previdência e outros projetos, numa tentativa de desestabilizar o governo nas eleições de 22 de outubro. Mas a base sindical já conta com dissidentes, e é possível que o protesto não consiga reunir um quórum satisfatório.
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A manifestação ocorre uma semana após as eleições primárias, realizadas no último dia 13, que mostraram a aliança governista com um desempenho bem melhor do que o esperado. Os deputados do “Cambiemos” conseguiram 36% dos votos, enquanto que os kirchneristas ficaram com apenas 21%. Na disputa para o Senado, porém, há uma chance real de retorno de Cristina Kirchner: ela ficou empatada com o candidato governista Esteban Bullrich, e pediu recontagem dos votos para provar que venceu a disputa na Província de Buenos Aires.
Até o dia das eleições, os movimentos vão fazer de tudo para conseguir eleger Cristina senadora e atrapalhar os planos do governo de se fincar no poder. Mas a própria CGT, principal movimento de trabalhadores do país, está dividida. Alguns grupos estão se negando a participar da manifestação. O sindicato dos motoristas, por exemplo, mantém boa relação com o governo, e não deve se juntar ao coro. A falta de unidade dos movimentos dificulta uma articulação de uma greve geral, que a CGT pretende discutir em setembro.
Esta semana, a justiça eleitoral argentina deve divulgar o resultado da recontagem dos votos; uma prova de fogo para os dois lados. Caso Macri tenha perdido, o discurso de Cristina ganha força. Mas se ela tiver ficado para trás já nas primárias, a articulação de movimentos para brigar em seu favor fica ainda mais complicada – e a debandada de sindicatos deve se agravar.