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Itália suspende negociações com a Starlink, de Elon Musk

De acordo com ministro da Defesa do país, suspensão se deve, em parte, ao fato de que as discussões passaram de aspectos técnicos para "declarações" de e sobre o bilionário

WASHINGTON, DC - JANUARY 20: Tesla, SpaceX and X CEO Elon Musk arrives to the inauguration of U.S. President-elect Donald Trump in the Rotunda of the U.S. Capitol on January 20, 2025 in Washington, DC. Donald Trump takes office for his second term as the 47th president of the United States. (Photo by Chip Somodevilla/Getty Images) (Chip Somodevilla/Getty Images)
Agência o Globo
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Publicado em 22 de março de 2025 às 15h27.

As negociações de um contrato entre o governo italiano e a Starlink, operadora de internet via satélite de Elon Musk , foram suspensas por causa de tensões geopolíticas, disse hoje o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto.

Segundo o jornal La Repubblica, o ministro italiano afirmou que a suspensão se deve, em parte, ao fato de que as discussões passaram de aspectos técnicos para "declarações" de e sobre Elon Musk.

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O governo da primeira-ministra de direita Giorgia Meloni está investindo em comunicações criptografadas entre governo, diplomatas e autoridades de defesa que operam em áreas de risco, e a Starlink está entre as concorrentes para fornecer o sistema.

"Tudo parou. Atualmente, não há nenhuma discussão sobre um possível acordo para usar o sistema de satélite Starlink", disse o ministro Crosetto ao jornal italiano La Repubblica em uma entrevista publicada neste sábado.

A Starlink domina o setor, com 6.700 satélites ativos de órbita baixa, e oferece seus serviços na Itália desde 2021. Segundo a agência Reuters, o governo italiano negociava um contrato de € 1,5 bilhão (US$ 1,62 bilhão) com a empresa de Musk.

Musk no centro do debate

A figura polarizadora do bilionário da tecnologia que é conselheiro sênior do presidente dos EUA, Donald Trump, ficou no centro do debate político em torno das discussões da Starlink na Itália.

As negociações entre o governo e a Starlink provocaram indignação entre políticos que questionaram se é razoável entregar um contrato de segurança nacional a um empresário estrangeiro e aliado muito próximo do presidente dos EUA, Donald Trump.

No início deste mês, partidos de oposição exigiram que o governo interrompesse as negociações com a empresa de Musk depois que ele ameaçou desligar seu sistema de comunicação na Ucrânia, onde a Starlink fornece telecomunicações essenciais para as forças de Kiev na guerra contra a Rússia de Vladimir Putin.

As notícias de um possível acordo com a Starlink foram anunciadas pela primeira vez em janeiro, após uma visita da primeira-ministra Giorgia Meloni à residência do presidente dos EUA, Donald Trump, na Flórida.

Primeira-ministra sob pressão

Meloni procurou manter boas relações com o governo Trump, ao mesmo tempo em que desenvolveu um relacionamento próximo com Musk .

"As discussões técnicas serão retomadas quando as controvérsias e os tempos se acalmarem. A questão é o que é mais útil e seguro para a nação", disse o ministro Crosetto.

A primeira-ministra Meloni colocou a aliança com os Estados Unidos no centro da política externa da Itália, ainda no governo Biden, mas as ações de Trump têm gerado repúdio entre os italianos e "estão forçando um ato de equilíbrio político". Mas Meloni também está sob pressão de seus aliados da Liga Norte, de extrema direita, para continuar apoiando Trump e Musk.

Na sexta-feira, o líder da Liga Norte e vice de Meloni, Matteo Salvini, disse que teve uma ligação telefônica com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, na qual elogiou "as notáveis ​​capacidades americanas em áreas-chave, como comunicações via satélite".

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