Biden afirma que emergência climática é “a maior ameaça existencial da humanidade”
Presidente dos EUA discursou na terceira sessão do G20 que termina hoje no Rio de Janeiro
Agência de Notícias
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 14h01.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira, 19, na cúpula dos líderes do G20 no Rio de Janeiro que a emergência climática e a falta de progressos na transição energética e no reflorestamento são “a maior ameaça à existência da humanidade” e pediu avanços nesses objetivos porque “a história está nos observando".
Biden discursou hoje na terceira sessão da Cúpula do G20, centrada no desenvolvimento sustentável e na transição energética, para pedir mais compromissos de financiamento para essa transição e o perdão da dívida em troca de compromissos em projetos sustentáveis e de descarbonização nos países pobres.
“Como líderes, precisamos encontrar formas de o dinheiro fluir para essas economias (de baixa renda)”, disse o governante americano neste segundo dia de reuniões de chefes de Estado e de governo encabeçadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Biden lembrou também que é fundamental combater o desmatamento, flagelo que pôde constatar em primeira mão há dois dias em uma viagem a Manaus.
“Temos que proteger as nossas florestas. Uma vez perdidas, é muito difícil recuperá-las”, acrescentou.
A Casa Branca anunciou nesta terça-feira que os EUA vão atribuir US$ 325 milhões ao Fundo de Investimento Climático do Banco Mundial (BM), um instrumento de financiamento para promover a descarbonização dos países em desenvolvimento e de baixa renda.
De acordo com funcionários do governo americano, esses fundos já foram depositados no Banco Mundial e não podem ser ameaçados pela próxima administração do presidente eleito, Donald Trump.
“É um instrumento que também existia durante a administração anterior e tem servido para mobilizar capital através de bancos multilaterais de desenvolvimento e para o desenvolvimento de energia limpa, por isso é duradouro e o capital está depositado em uma instituição com bom histórico e que continuará ampliando este financiamento", indicaram.
Esses funcionários consideraram que, se a administração Trump decidir reverter o progresso e parar as iniciativas para avançar em direção a uma nova economia e tecnologias limpas e sustentáveis, estará perdendo uma grande oportunidade econômica.
"Os Estados Unidos têm a vontade e o interesse econômico para alcançar os objetivos da Agenda 2030 e continuar no caminho para serem neutros em carbono em 2050. A questão é se queremos aproveitar esta oportunidade económica e se estas tecnologias limpas serão fabricadas nos Estados Unidos ou não, se vamos jogar no lixo essa oportunidade e os empregos que acabarão em países como a China", acrescentaram.
"Mesmo que o governo federal (liderado por Trump) se retire, os governos locais podem tirar partido desta mudança de paradigma econômico e tecnológico. Diante desta crise climática, é muito importante ter um governo federal que não negue a premissa fundamental disto (a mudança para tecnologias e energias verdes) ao ter em mãos a maior oportunidade econômica que o mundo viu em décadas", completaram as fontes da Casa Branca.