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Refugiados: um novo palco do drama

O drama dos refugiados ganhou um novo e macabro episódio nesta semana num país inusitado – a isolada e pacífica Austrália. O jornal britânico The Guardian revelou que cerca de 1.200 refugiados estão em condições análogas a campos de concentração em Nauru e Manus, ilhas isoladas para onde o governo decidiu transferir os imigrantes como forma […]

#LET THEM STAY:“Deixem-os ficar”, pediam os australianos, em fevereiro, nas ruas de Melbourne / Chris Hopkins / Getty Images
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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2016 às 20h33.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h17.

O drama dos refugiados ganhou um novo e macabro episódio nesta semana num país inusitado – a isolada e pacífica Austrália. O jornal britânico The Guardian revelou que cerca de 1.200 refugiados estão em condições análogas a campos de concentração em Nauru e Manus, ilhas isoladas para onde o governo decidiu transferir os imigrantes como forma de desestimular a chegada de novos barcos ao país.

Dezenas de ONGs internacionais de direitos humanos, como a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e a Save The Children, pedem que todos os refugiados sejam transferidos com urgência para locais seguros. Crianças, mulheres e homens estão sofrendo violências como abusos sexuais e torturas. O exílio de Manus, onde estão cerca de 800 refugiados, já havia sido considerado inconstitucional em abril, pelo supremo tribunal federal do país. Mas nada foi feito.

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A gravidade das denúncias revela a deficiência no processo de acolhimento dos refugiados, em meio à mais grave crise de migração da história. Os últimos dados levantados pela ONU mostram que há 24 novos refugiados por minuto, fugindo de guerras e perseguições em seus países de origem. Ao todo, há 65 milhões de refugiados no mundo. Desses, seis milhões entraram nesta condição a partir de 2014.

O governo australiano é criticado pela própria população. Uma pesquisa mostrou que 63% preferem que os refugiados sejam estabelecidos definitivamente no país. A Alemanha tem apostado nisso. Políticas que buscam uma rápida integração dos refugiados têm se mostrado benéficas para a economia, com movimentação do mercado de consumo e mais oferta de mão-de-obra. O problema é que, em tempos de pânico, até os tratamentos mais humanitários são colocados em xeque.

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