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Juro do rotativo do cartão cai em fevereiro para 326,7% ao ano, diz BC

O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades

 (Lynx/Divulgação)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de março de 2021 às 12h12.

Última atualização em 29 de março de 2021 às 12h26.

Com as famílias em dificuldades para fechar as contas em meio ao recrudescimento da pandemia de covid-19, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 2,3 pontos percentuais de janeiro para fevereiro, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. A taxa passou de 329,0% para 326,7% ao ano.

O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades. O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC.

Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 310,9% para 295,0% ao ano de janeiro para fevereiro. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juro da modalidade rotativo não regular passou de 342,2% para 352,1% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 161,5% para 167,1% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 60,8% para 63,1%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juro para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Juro no crédito livre cai a 28,1% em fevereiro

A taxa média de juro no crédito livre caiu de 28,5% ao ano em janeiro para 28,1% ao ano em fevereiro, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. Em fevereiro de 2020, essa taxa estava em 34,1% ao ano.

Os números são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas, em especial nos meses de março e abril do ano passado.

Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos ao longo de 2020.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juro no crédito livre subiu de 39,5% para 40,1% ao ano de janeiro para fevereiro, enquanto para as pessoas jurídicas caiu de 15,2% para 13,8% ao ano.

Cheque especial

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 120,3% ao ano para 124,9% ao ano de janeiro para fevereiro. No crédito pessoal, a taxa permaneceu em 33,2% ao ano.

Desde janeiro de 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a 200 reais.

Desde 6 de janeiro de 2020, o BC aplica uma limitação dos juros do cheque especial em 8% ao mês (151,82% ao ano).

Inadimplência

Apesar das dificuldades de famílias e empresas para fechar as contas, em meio ao recrudescimento pandemia de covid-19, a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos ficou estável em 2,9% de janeiro para fevereiro, informou o Banco Central.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência se manteve em 4 1% no período. No caso das empresas, a taxa seguiu em 1,6%.

Já a inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) passou de 1,1% para 1,3% na passagem de janeiro para fevereiro.

Com isso, o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência foi de 2,1% para 2,3%.

Endividamento

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 56,4% em dezembro de 2020, ante 55,0% em novembro, informou o Banco Central. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 34,7% em dezembro ante 33,8% em novembro.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses. Além disso, incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad) Contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

Em razão da metodologia utilizada, os números de endividamento sempre são divulgados com apenas um mês de defasagem. Em setembro, no entanto, o BC havia adiado a divulgação de dados referentes ao endividamento e ao comprometimento de renda das famílias brasileiras, em razão de alterações de datas promovidas pelo IBGE. Agora, o BC atualiza os números, com referência em dezembro.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu 31,1% em dezembro, ante 30,8% em novembro. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 28,4% em dezembro, ante 28 1% em novembro.

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