Tesla (TSLA34) (Michele Tantussi/Reuters)
A fabricante de carros elétricos Tesla (TSLA34) estaria avaliando a possibilidade de construir uma planta para refinar lítio para baterias no Texas.
De acordo com uma carta enviada pela Tesla ao Escritório de Controle do Texas, a planta estaria focada no desenvolvimento de "hidróxido de lítio para bateria", e seria "a primeira do tipo na América do Norte".
Segundo o documento, a empresa processaria “matéria bruta de minério em um estado utilizável para produção de baterias” e enviaria o hidróxido de lítio para várias fábricas de fabricação de baterias da Tesla.
A fabricante de carros elétricos estaria considerando também “outras operações de processamento, refino e fabricação de materiais de bateria e manufatura auxiliar em apoio à linha de produtos sustentáveis da Tesla”.
A construção da nova planta deveria começar no quarto trimestre de 2022 e iniciar as "operações comerciais", no final de 2024.
Para a Tesla, a viabilidade do projeto está sendo avaliada e "apenas atividades de desenvolvimento muito preliminares começaram”, salientando como a única maneira de este projeto ser viável é se o Texas conceder incentivos fiscais.
A empresa estaria avaliado uma série de locais no Texas, "com acesso ao canal de navegação da Costa do Golfo”, e também estaria estudando locais no estado da Louisiana.
“No caso do investimento neste projeto proposto no Texas, a decisão será baseada em uma série de considerações comerciais e financeiras, incluindo a capacidade de obter isenção de impostos sobre a propriedade local”, aparece no documento enviado ao governo do estado americano.
A Tesla já possui uma fábrica de carros elétricos no Texas, perto de Austin, que atingiu um nível produtivo de cerca de mil veículos por semana.
O CEO da Tesla, Elon Musk, já tinha antecipado em abril que a empresa poderia entrar no setor de refino de lítio pois o custo do metal "chegou a níveis insanos". Segundo o Benchmark Mineral Intelligence, o preço do lítio subiu 120% desde o começo de 2022.
Outro problema que a futura planta da Tesla poderia resolver é a diversificação do fornecimento da produção de lítio e baterias. Isso pois atualmente a China controla mais da metade do processamento e refino de lítio do mundo, enquanto os Estados Unidos apenas 1% do total.
O lítio é um metal fundamental para a produção de baterias para uma série de produtos tecnológicos, de carros elétricos até smartphones.
Considerando a importância estratégica desse minerais e a posição dominante da China, existe uma preocupação no governo americano sobre o risco de escassez futura de lítio e outros materiais. Por isso, os Estados Unidos querem aumentar a própria indústria de refino e mineração.