Por que a Coreia do Sul está "bombando"?
Esse cenário pode mudar a partir de problemas logísticos ou com juros ficando em patamares elevados por mais tempo
Repórter colaborador
Publicado em 5 de julho de 2024 às 10h20.
A Coreia do Sul está "bombando". O superávit em conta corrente atingiu seu nível mais alto em mais de dois anos e meio meses graças ao boom das exportações de semicondutores.
Os analistas ouvidos pela Bloomberg disseram que as exportações recuperaram o poder do país de atrair capital estrangeiro, de modo que governo e o Banco da Coreia aumentaram as suas expectativas econômicas para este ano. À medida que os semicondutores sigam tendo papel importante na economia global, espera-se que as exportações façam com que o país dispute com o Japão o quinto lugar mundial da nação que mais vende para o exterior.
Mas por que as exportações da Coreia do Sul cresceram tanto?
Os números foram positivos pelas fortes vendas de semicondutores (+53%), dispositivos de informação e comunicação (+18%) e automóveis de passageiros (+5,3%). Por região, as exportações aumentaram no Sudeste Asiático (+30,4%), nos EUA (+15,6%) e na China (+7,6%).
No entanto, especialistas ouvidos pela Bloomberg alertam que esse cenário pode mudar a partir de instabilidades logísticas (algo comum depois da pandemia) e às altas taxas de juro prolongadas por mais tempo que o previsto. A ideia é que as empresas sul-coreanos tenham uma resposta preventiva para garantir sua a competitividade.
De acordo com o Banco da Coreia, o superávit acumulado da balança corrente entre janeiro e maio deverá atingir US$ 27,9 bilhões, superando a previsão original de US$ 25,47 bilhões no primeiro semestre do ano. A perspectiva para o superávit deste ano também deverá ultrapassar os US$ 60 bilhões. O Ministério das Finanças estima que o crescimento das exportações em 2024 seja de 9% (a previsão anterior era de 8,5%).
A meta de exportação do governo de US$ 700 bilhões para este ano também foi atingida. O Ministério do Comércio, Indústria e Energia espera que as exportações anuais aumentem mais de 10%, atingindo o máximo histórico de US$ 700 bilhões.