Ouro atinge novo recorde com tensão no Oriente Médio
Investidores também observam conflito na Ucrânia e movimentos do Fed
Redação Exame
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 14h21.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 14h36.
Os preços do ouro alcançaram nesta sexta-feira, 18, um valor recorde acima de US$ 2,72 mil por onça. O metal geralmente é um refúgio para investidores em momentos de tensão — como o que está acontecendo no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia.
Os mercados têm estado sob tensão devido à crise no Oriente Médio, onde Israel combate o Hamas em Gaza e o Hezbollah no sul do Líbano, despertando temores de um conflito regional que envolva o Irã. Os investidores também buscam redimensionar suas carteiras antes da eleição nos Estados Unidos, que acontece em 5 de novembro.
Dados dos EUA influenciam
As vendas no varejo se fortaleceram em setembro, superando as previsões, e os pedidos de seguro-desemprego caíram inesperadamente em outro relatório, reforçando a visão de que a maior economia do mundo está longe de uma recessão.
Na semana, oouro subiu 2,1%, com a demanda por ativos de refúgio superando obstáculos que normalmente pesariam sobre o metal— os dados econômicos dos EUA devem deixar o Fed menos propenso a fazer cortes mais profundos nos juros — quando estão mais altos, pressionam o ouro, que não rende juros.
O ouro é uma das commodities com melhor desempenho em 2024, com ganhos de mais de 30% até agora. O otimismo em torno do corte de taxas de juro impulsionou os ganhos mais recentes quando o Fed iniciou seu ciclo de "afrouxar" a taxa no mês passado. A compra por bancos centrais também influencia no preço do metal.
Investidores do Ocidente também ajudaram a elevar as cotações, enquanto a demanda asiática disparou nos últimos meses. A mudança para uma política monetária mais frouxa aumentou o apelo dos ETFs lastreados em ouro — projeção é de uma quinta expansão mensal em outubro, a maior série positiva desde 2020.