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Ouro atinge nova cotação histórica com tensão geopolítica e expectativa de cortes de juros

Durante o primeiro semestre deste ano, as compras do metal por meio dos BCs atingiram um recorde de 483 toneladas

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 09h29.

O ouro atingiu uma cotação histórica nesta segunda-feira alimentada por tensões geopolíticas e expectativas de mais cortes nas taxas de juros de bancos centrais pelo mundo. As informações são do Financial Times
O preço do ouro subiu 0,4% para US$ 2.732,45 a onça troy no início do pregão em Londres na segunda-feira, representando um ganho de 40% em relação ao ano passado. Às 9h12 de Brasília, o metal subia 0,7% e era cotado a US$ 2.749.
A guerra no Oriente Médio, juntamente com a incerteza sobre o resultado da eleição presidencial dos EUA no mês que vem, sobrecarregou o fascínio do ouro como um ativo de refúgio para investidores.

Além da guerra, por que o ouro está subindo?

A antecipação de novos cortes nas taxas, com a próxima reunião do Federal Reserve dos EUA em 6 e 7 de novembro, também ajudou a impulsionar os preços do metal neste ano.
O ouro não rende juros, então os preços normalmente se beneficiam da queda das taxas de juros. Muitos bancos centrais globais estão em modo de flexibilização, com cortes recentes nas taxas na zona do euro, Canadá e Reino Unido, entre outros.
Embora a demanda física por ouro tenha sido prejudicada pelos altos preços no principal mercado, a China, a compra de bancos centrais tem sido muito forte, pois eles diversificam suas reservas para outros ativos além do dólar, de acordo com o FT.
Durante o primeiro semestre deste ano, as compras dos BCs atingiram um recorde de 483 toneladas, de acordo com o World Gold Council. Os investidores ocidentais também apostaram no ouro desde o meio do ano, com cinco meses consecutivos de fluxo positivo para fundos lastreados no metal negociados em bolsa.
E não foi só o ouro que se beneficiou desse interesse. Os preços da prata também subiram acentuadamente, atingindo um pico de quase 12 anos, refletindo a oferta restrita do metal, que é usado em eletrônicos e células fotovoltaicas, bem como um efeito cascata do aumento dos preços do ouro.
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