Redação Exame
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 05h31.
A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 9, que vai investir US$ 6 bilhões na construção de uma nova fábrica em Huntsville, no Alabama, para ampliar a produção de sua aguardada pílula contra obesidade e de outros medicamentos considerados estratégicos. O movimento reforça a corrida da farmacêutica para manter a liderança no mercado bilionário dos tratamentos à base de GLP-1.
O aporte faz parte de um plano de expansão muito mais amplo. Em fevereiro, a companhia havia revelado que pretendia erguer quatro novas plantas nos Estados Unidos, em um pacote que chega a US$ 27 bilhões e se soma aos US$ 23 bilhões já investidos desde 2020.
A construção no Alabama deve começar no próximo ano e terminar em 2032. De acordo com o CEO David Ricks, o projeto aprofunda o esforço de trazer para os EUA etapas críticas de produção, fortalecendo a cadeia de suprimentos e garantindo acesso mais confiável aos medicamentos.
A nova capacidade produtiva é essencial para atender à demanda pelo orforglipron, a pílula experimental que pode se tornar o próximo grande "blockbuster" da Lilly. O remédio recebeu em novembro um voucher de revisão prioritária da FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, o que acelera a análise regulatória.
A expansão também reflete o ambiente político do momento. Farmacêuticas vêm ampliando operações nos EUA após a ameaça de tarifas sobre medicamentos importados, um risco que perdeu força depois de novos acordos de preços que tiraram o setor dos primeiros alvos tarifários do governo Trump.
A planta do Alabama deve criar 450 empregos diretos, entre engenheiros, cientistas e técnicos, além de 3.000 postos temporários durante a obra.