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Meme stocks voltam a pressionar fundos e geram cautela em Wall Street

Gestora analisa ajustes raros em seus algoritmos após oscilações históricas, segundo o Wall Street Journal

Wall Street: gestora estuda mudanças em seus modelos após volatilidade extrema em fundos institucionais. (Getty Images)

Wall Street: gestora estuda mudanças em seus modelos após volatilidade extrema em fundos institucionais. (Getty Images)

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 06h54.

A gestora quantitativa Renaissance Technologies, uma das mais influentes de Wall Street, estuda rever parte de seus modelos de negociação após um período de forte volatilidade em dois de seus fundos institucionais.

A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal, que apurou que a empresa considera mudanças raras em suas estratégias automatizadas depois de registrar o pior mês da história desses veículos em outubro, seguido por uma recuperação intensa em novembro.

De acordo com o jornal, a gestora fundada pelo matemático Jim Simons — conhecida pelo uso de algoritmos e machine learning para operar milhares de ações simultaneamente — enfrentou perdas que, segundo fontes, foram agravadas por movimentos atípicos em empresas de menor capitalização, inclusive ações do universo das chamadas meme stocks.

Apesar da recuperação recente, a firma avalia formas de reduzir a volatilidade dos fundos, ainda que historicamente evite qualquer reação a eventos de curto prazo.

Oscilações em fundos institucionais reacendem debate interno

Segundo o WSJ, a possível revisão ocorre em apenas dois veículos abertos a investidores externos: o Renaissance Institutional Equities Fund (RIEF) e o Renaissance Institutional Diversified Alpha Fund (RIDA). O RIEF caiu cerca de 14% em outubro e, na sequência, subiu 12,7% em novembro, acumulando alta de 2,3% no ano. Já o RIDA avançava 1,3% até novembro.

Os resultados contrastam com o índice de fundos quantitativos acompanhado pela consultoria PivotalPath, que acumulava ganho de 6,3% no ano e havia recuado 1,6% em outubro. Fontes ouvidas pelo WSJ afirmaram que parte das perdas da Renaissance se concentrou em empresas de tecnologia da informação, comunicação e setores industriais — papéis que sofreram movimentos bruscos e alimentaram short squeezes.

Ainda de acordo com o jornal, entre as ações mais sensíveis à atuação de fundos quantitativos estavam a QMMM Holdings e a Beyond Meat. A QMMM saltou de US$ 5 no fim de agosto para mais de US$ 300 em setembro, até ter o pregão interrompido pela SEC sob suspeita de manipulação. Beyond Meat, por sua vez, oscilou de menos de US$ 2 em setembro para US$ 0,52 em 16 de outubro, antes de voltar a superar US$ 3 dias depois.

Mesmo diante dessas oscilações extremas, a volatilidade geral do mercado permaneceu moderada: o índice VIX registrou média de 19,19 no ano, praticamente alinhado ao histórico de 19,47 desde 1990 — um ambiente que costuma ser menos propício para o modelo de operação do portfólio Medallion.

O Medallion, fundo fechado administrado apenas para funcionários da própria Renaissance, permaneceu em vantagem sobre o mercado. De acordo com o Wall Street Journal, o veículo subiu cerca de 20% até novembro, superando o avanço de 17,8% do S&P 500 no mesmo intervalo — resultado já descontadas as altas taxas do fundo, que chegam a 5% do patrimônio e 36% dos ganhos.

Apesar do desempenho mais moderado em relação aos anos de glória, quando rendeu em média 39% ao ano entre 1988 e 2018, a geestora não considera ajustes no Medallion. Fontes contaram aoe jornal que o fundo está com mais caixa que o habitual, o que reduz risco, mas limita retornos.

 

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