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Lojas Americanas, B2W e Via Varejo desabam mais de 5% com possível alta dos juros

Elevação da Selic prejudica negócios de e-commerce; Magalu sobe após balanço positivo

Lojas Americanas (LAME4) teve o pior resultado entre as varejistas e recuou 5,7% (EXAME/Exame)

Lojas Americanas (LAME4) teve o pior resultado entre as varejistas e recuou 5,7% (EXAME/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de março de 2021 às 18h39.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 19h24.

As ações de Lojas Americanas (LAME4), B2W (BTOW3) e Via Varejo (VVAR3) ficaram na lanterna do Ibovespa no pregão desta terça-feira, recuando 5,7%, 5,25% e 4,85%, respectivamente. 

As quedas dão continuidade a um movimento de correção nos papéis, repercutindo um cenário de maior risco para as varejistas de e-commerce, à medida que o mercado se aproxima de uma elevação da taxa Selic na semana seguinte. Muitos analistas projetam uma alta já para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os dias 16 e 17 de março.

“O receio é de que as taxas de juro no Brasil subam mais rápido do que o esperado para controlar a pressão inflacionária diante da desvalorização cambial, que tende a ser acelerada com a alta nos juros americanos”, afirma Paloma Brum, economista da Toro Investimentos.

A consequência é uma debandada dos papéis de empresas de tecnologia, inclusive e-commerce. Isso porque o crescimento acelerado dessas empresas depende de financiamentos que, por sua vez, tendem a ficar mais caros com os juros mais elevados. 

“Além disso, o fluxo de caixa dessas companhias está em grande parte projetado para um futuro mais longínquo. Dessa forma, ao trazê-lo a valor presente, com juros mais altos, as empresas passam a sofrer um maior desconto na sua precificação, o que fortalece a queda dos preços atuais”, argumenta Brum.

Outro ponto é que o aumento da taxa de juro pode minar o poder de compra dos investidores, que foi sustentado no ano passado em parte pelo auxílio emergencial. Soma-se a isso o avanço da pandemia no Brasil, que impacta o setor de varejo. 

“Não se sabe se o país passará por outros lockdowns e de que maneira isso deve impactar a economia. Mesmo varejistas com resultados sólidos sofrem as consequências dessa incerteza”, destaca Marcio Loréga, analista técnico da Ativa Investimentos.

Já no caso específico de Lojas Americanas e B2W, existe uma última preocupação no radar dos investidores: a expectativa de fusão entre os negócios, que ainda não se concretizou. 

"O mercado acabou pagando na frente sobre essa fusão. Tanto é que, no dia do anúncio, LAME4 subiu quase 20%. Dali para cá, as duas ações caíram porque não foram apresentadas novas informações nem um prazo para essa fusão na apresentação do resultado do 4T20 das companhias", afirma Luis Mollo, analista da EXAME Invest Pro.

Entre as quatro maiores varejistas do país, a única que escapou do campo negativo no pregão desta terça-feira foi Magazine Luiza (MGLU3). Os papéis do Magalu avançaram 1,26% na esteira dos bons resultados corporativos apresentados ontem.

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