Invest

Inflação dos EUA, corte de juros na China, reação a fala de Campos Neto e o que mais move o mercado

Analistas consideram os dados da inflação crucial para balizar a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a taxa de juros

Inflação dos EUA: O consenso do mercado é por uma desaceleração da inflação de maio (Shutterstock/Shutterstock)

Inflação dos EUA: O consenso do mercado é por uma desaceleração da inflação de maio (Shutterstock/Shutterstock)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 13 de junho de 2023 às 07h10.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 07h59.

As bolsas internacionais sobem na manhã desta terça-feira, 13, com investidores na expectativa para a divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos de maio. Analistas consideram o dado crucial para balizar a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a taxa de juros.

Ontem, as bolsas americanas tiveram a maior alta desde abril de 2022. O Nasdaq saltou 1,53% e o índice S&P 500 saltou 0,93%. Na Europa, o Stoxx 600 sobe mais de 0,4% nesta manhã, com destaque para mineradoras e empresas de tecnologia. O mercado asiático também subiu nesta terça-feira, com destaque para a bolsa do Japão, que avançou 1,8% e superou a marca de 33 mil pontos pela primeira vez desde julho de 1990.

Inflação dos EUA

O consenso do mercado é por uma desaceleração da inflação de maio. O mercado espera um CPI de 0,1%, uma queda em relação aos 0,4% de abril. No acumulado dos últimos 12 meses é esperada alta de 4%, de acordo com estimativas da Dow Jones.

Caso os dados venham dentro do esperado, a expectativa é de que o Fed interrompa na quarta-feira, 14, o ciclo de aperto monetário e deixe a taxa de juros em uma faixa de 5% a 5,25% ao ano. Essa seria a primeira pausa de aumento dos juros americano em mais de um ano.

Porém, uma inflação acima da expectativa pode fortalecer uma ala de diretores do banco central americano que defende uma nova subida da taxa.

Desempenho das bolsas às 6h50 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,07%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,21%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,40%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,24%
  • DAX (Frankfurt): + 0,23%
  • CAC 40 (Paris): + 0,18%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,60%

Corte de juros na China

O Banco Popular da China surpreendeu ao anunciar a redução da taxa de juros de curto prazo. A taxa de recompra reversa de sete dias caiu de 2% para 1,9%, a primeira redução desde agosto de 2022. A decisão foi vista como um sinal de que uma das maiores economias do mundo irá realizar mais estímulos monetários para impulsionar a recuperação econômica. Na próxima quinta, 15, espera-se que o banco central chinês reduza a taxa de empréstimo de um ano e que os bancos diminuam suas taxas de empréstimo em seguida.

Campos Neto sinaliza queda de juros

Em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a curva futura de juros tem tido queda relevante no Brasil e que isso abre espaço para corte na taxa básica de juros "à frente". A fala de Campos Neto aumenta a expectativa do mercado para que o comunicado do Copom da próxima semana venha com mudança na linguagem, preparando o terreno para uma queda. 

Verde aumenta exposição na bolsa brasileira

Em carta divulgada ontem, a gestora Verde, de Luis Stuhlberger, aumentou sua exposição ao mercado de ações brasileiro e viu resultado. No mês de maio, a gestora reportou alta de 0,89%. No acumulado do ano, os ganhos são de 3,23%. O fundo Verde teve em maio ganhos nas posições de ações no Brasil e em operações de juros nos Estados Unidos. 

Petrobras em alta

Ontem, todas as petroleiras caíram, com exceção da Petrobras que ganhou gás extra com a mudança de recomendação de neutra para compra pelo banco JP Morgan. Em relatório publicado, a equipe de analistas do banco destacou que embora a nova administração mude de estratégia, as mudanças não são tão significativas, ou seja, a estatal permanece como uma ação subvalorizada gerando fluxo de caixa livre substancial. A preferencial da estatal fechou com alta de 1,75%.

Além da carta da Verde, a Petrobras anunciou que irá pagar na próxima sexta-feira, a segunda parcela dos dividendos complementares referentes aos resultados do quarto trimestre de 2022. O valor por ação será corrigido pela taxa Selic no período entre 31 de dezembro 2022 e 16 de junho de 2023.

Bolsa ontem

Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou sua sétima alta consecutiva na segunda-feira, 12. O índice avançou 0,27%, sustentando o patamar dos 117 mil pontos e reforçando a tese mais otimista de parte do mercado para o Ibovespa. 

Dólar ontem

A moeda norte-americana fechou em queda na segunda-feira. O dólar recuou 0,20%, cotado a R$ 4,8665, renovando o menor patamar em um ano. 

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasJurosEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve System

Mais de Invest

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio