Vale e bancos puxam alta do Ibovespa, apesar de piora das expectativas de inflação
Mercado revisou para cima IPCA projetado para este ano; mercado aguarda divulgação de balanço da Petrobras, previsto para esta noite
Repórter de finanças
Publicado em 13 de maio de 2024 às 10h30.
Última atualização em 13 de maio de 2024 às 17h44.
O Ibovespa fechou em alta de 0,44%, a 128.155 pontos nesta segunda-feira, 13.A alta teve contribuição das ações da Vale, que fecharam em alta após a Anglo American ter rejeitado a proposta revisada da BHP pela companhia. As ações da mineradora subiram 0,44%. Os bancos, que também têm peso relevante no índice, também ajudaram o índice terminar o dia no positivo.
Ibovespa hoje
- IBOV: +0,44% aos 128.155 pontos
Apesar dos destaques individuais, economistas revisaram para cima as projeções do para o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) no boletim Focus. A estimativa do IPCA para 2024 subiu de 3,72% para 3,76%, enquanto a de 2025 avançou de 3,64% para 3,66%. O IPCA de 2026 e 2027 se manteve em 3,50%.[/grifar] O movimento ocorre após o IPCA de abril, divulgado na última sexta, 10, ter vindo acima das expectativas. O indicador ficou em 0,38% no mês, o que mostra um aumento de 0,22 p.p. em relação ao índice de março, que foi de 0,16%. O consenso era de uma alta de 0,35%.
Os economistas consultados pelo BC também revisaram o Produto Interno Bruto (PIB), que variou de 2,05% para 2,09% em 2024, enquanto se manteve em 2% em 2025, 2026 e 2027. Já a expectativa para Selic no final deste ano subiu de 9,63% para 9,75%. A Selic de 2025 se manteve em 9%, enquanto a de 2026 subiu de 8,75% para 9% e a de 2027 foi elevada de 8,50% para 8,63%. Os economistas do mercado financeiro mantiveram as expectativas para o dólar pela terceira semana consecutiva: R$ 5 (2024), R$ 5,05 (2025) e R$ 5,10 (2026).
Na semana passada, o Copom desacelerou o ritmo de corte na taxa Selic, que desde agosto de 2023 estava sendo reduzida em 0,50 pontos percentuais (p.p.), mas agora foi cortada em 0,25 p.p., levando a taxa básica de juros da economia brasileira para 10,50%. Amanhã, o destaque fica para a ata do Copom. A reunião também foi marcada por uma decisão dividida entre os dirigentes indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (5 votos) e os dirigentes indicados pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Outro destaque é que o Copom tirou do comunicado desta semana os dois parágrafos de Forward Guidance (sinalização futura) pela primeira vez desde março de 2021, o que dá, por um lado, flexibilidade para o Copom em suas próximas decisões”, aponta Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Balanço de Petrobras
Após o encerramento do pregão, todos os holofotes deverão se voltar para o aguardado resultado Petrobras (PETR4), que têm um grande peso no Ibovespa e é a maior estatal brasileira.Segundo as projeções da Bloomberg, os resultados deverão mostrar uma desaceleração frente ao mesmo período do ano passado. As estimativas apontam para uma receita de R$ 127 bilhões no primeiro trimestre de 2024, o que representaria uma queda de 8,6% em comparação ao primeiro trimestre de 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve vir em R$ 69,2 bilhões, frente a R$ 73,5 bilhões nos primeiros três meses de 2023. Já o lucro líquido ajustado da petroleira deve cair quase 20% para R$ 25 bilhões de reais no 1T24, contra R$ 37 bilhões registrados no ano anterior. Entretanto, analistas do Citi projetam que a estatal deve distribuir dividendos novamente, na casa dos R$ 15,4 bilhões.
Pela manhã, o BTG (BPAC11) divulgou seus resultados. O banco (do mesmo grupo controlador daEXAME) voltou a renovar recordes de lucro e receita no primeiro trimestre, puxados por praticamente todas as áreas de atuação do banco. O lucro chegou a R$ 2,9 bilhões no 1T24, alta de 27,7% em relação ao mesmo período de 2023. As receitas totais avançaram 22,7% no mesmo período, para R$ 5,9 bilhões. As ações subiram 1,64%