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Ibovespa mantém clima de correção e sobe 2,2% com Tebet e Petro; dólar cai a R$ 5,35

Principal índice da B3 avança com sinalizações de controle fiscal por parte do governo enquanto Wall Street fecha em queda

Painel de cotações da B3: Ibovespa tem segundo dia de alta consecutivo (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 11h01.

Última atualização em 5 de janeiro de 2023 às 18h40.

O Ibovespa teve seu segundo dia seguido de alta no ano nesta quinta-feira, 5. Assim como ontem, o mercado passa por uma correção com investidores precificando um menor risco fiscal do novo governo Lula depois de fortes quedas no início da semana. A melhora das expectativas também se reflete na queda do dólar e dos juros futuros no mercado local.

Entre os pontos que agradaram o mercado esteve a declaração da ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacando que vai agir com responsabilidade fiscal. “Não há política social sustentável sem política fiscal responsável. Seremos responsáveis com os gastos públicos”, prometeu a ministra durante sua posse nesta quinta-feira.

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Tebet disse ainda que a revisão da reforma da previdência está fora do radar. O Ministro da Casa Civil, Rui Costa, já havia negado a possibilidade ontem, contradizendo Carlos Lupi, ministro da Previdência.

O vai e vem de narrativas, no entanto, ainda preocupa o mercado. Felipe Moura, sócio e analista da Finacap, comenta que há um "desalinhamento muito grande" entre os principais ministros.

"A possibilidade de reversão da reforma da previdência pegou muito mal no mercado. É importante haver um alinhamento entre os ministros. Estamos vindo de dias voláteis por fatores que nem mesmo são concretos”, disse.

Por hora, as falas foram suficientes para diminuir as quedas dos primeiros dias de pregão do ano. No acumulado da semana (e do ano), o Ibovespa ainda recua 1,2%.

Petrobras em alta

A ação da Petrobras, que chegou a desabar no primeiro pregão de 2023, hoje, caminha para o segundo dia de alta, após Jean Paul Prates, indicado à presidência da empresa, sinalizar que seguirá os preços internacionais do petróleo. "O mercado vê a fala de Prates como um como um alívio, mas segue atento aos riscos fiscais", disse Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos.

"O mercado sofreu bastante no início do ano, puxado pela Petrobras, que tem grande participação no Ibovespa. A declaração de que não haverá mudança na política de preços acalmou os ânimos. Temos hoje um dia de recuperação", disse Pedro Canto, analista da CM Capital.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

O alívio na curva de juros renovou o impulso para as ações mais dependentes da economia doméstica, como varejistas, aéreas e empresas de tecnologia. A Americanas que liderou os ganhos do dia disparando mais de 10%.

Alta também no setor de commodities metálicas. Segundo o jornal Valor Econômico, as empresas do setor pretendem acompanhar a CSN e reajustar os preços de suas linhas de produtos. A CSN reajustou os preços do aço em 10% a partir do primeiro dia de 2023. Na expectativa, siderúrgicas e Vale avançam, na contramão da queda do minério de ferro.

Queda no exterior

O tom positivo contrastou com as perdas no exterior. Nos Estados Unidos, os principais índices de ações fecharam no vermelho após os dados do ADP revelarem a criação de 235.000 empregos privados em dezembro, 85.000 acima do consenso.

O número, que indica um mercado de trabalho mais aquecido que o esperado, soou como um sinal de alerta – principalmente diante do cenário atual. No dia anterior, a ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve, o Fomc, revelou que o comitê está mais preocupado com a inflação dos Estados Unidos e sinalizou que os juros deverão permanecer altos por "algum tempo" no país.

Embora considerada dura, as declarações da ata tiveram efeito limitado sobre as bolsas, que fecharam em alta na quarta-feira, 4. Mas dados acima do esperado para o mercado de trabalho desta manhã injetam doses de cautela no mercado internacional. O medo é de que o aumento da oferta de empregos eleve a pressão por mais salários, retroalimentando a inflação.

"Os dados do ADP confirmaram a necessidade do tom mais duro da ata do Fomc de ontem. O Fed está bem preocupado em relação ao mercado de trabalho e ao nível de atividade, porque significa inflação mais forte no futuro", disse a economista Ariane Benedito.

A expectativa, agora, é para os dados oficiais do mercado de trabalho americano, que serão divulgados nesta sexta-feira, 5. Os números podem ser cruciais para determinar o ritmo da próxima alta de juros dos Estados Unidos, em fevereiro. Investidores ainda continuam divididos entre um novo ajuste de 0,5 ponto percentual (p.p.) e um mais brando, de 0,25 p.p., que levaria a taxa para entre 4,5% e 4,75%.

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