Evergrande: empresa já foi multada US$ 583,5 milhões pelo órgão regulador financeiro chinês (Bobby Yip/Reuters)
Redação Exame
Publicado em 19 de março de 2024 às 06h23.
O gigante imobiliário chinês Evergrande e seu fundador, Hui Ka Yan, foram acusados de inflar as receitas em US$ 78 bilhões nos dois anos anteriores à inadimplência da empresa. O órgão regulador dos mercados financeiros do país multou a empresa em US$ 583,5 milhões. Hui também pode ser banido para sempre dos mercados financeiros da China. As informações são do Yahoo News.
Em janeiro, a Evergrande foi condenada à liquidação por um tribunal de Hong Kong.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China atribuiu grande parte da culpa a Hui, que já foi o homem mais rico da China, por supostamente instruir a equipe a "inflar falsamente" os resultados anuais da companhia em 2019 e 2020. Hui também foi multado em US$ 6,5 milhões, de acordo com um registro da empresa nas bolsas de valores de Shenzhen e Xangai.
Em setembro passado, Hui, que também é o presidente da empresa, foi colocado sob vigilância policial enquanto era investigado por suspeita de "crimes ilegais". A Evergrande tem sido o grande símbolo crise imobiliária da China, com mais de US$ 300 bilhões em dívidas.
A situação delicada da Evergrande gerou temor entre os investidores de que o setor imobiliário chinês, um dos grandes motores do crescimento do país nos últimos anos, entrasse numa espiral recessiva. O setor representa cerca de um terço da segunda maior economia do mundo.
Pequim reluta em "pesar a mão" para interromper empreendimentos, onde muitos possíveis proprietários estão esperando por casas pelas quais já pagaram.
O setor vem enfrentando um grande aperto financeiro desde 2021, quando as autoridades introduziram medidas para restringir o valor que as grandes incorporadoras imobiliárias poderiam emprestar. Desde então, várias grandes empresas deixaram de pagar suas dívidas.
Na segunda-feira, dados oficiais mostraram que o investimento imobiliário na China caiu 9% em janeiro e fevereiro em relação ao ano anterior. O número de novas construções também caiu 30%, a pior queda em mais de um ano.