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Fundador do TikTok lidera lista de bilionários na China com fortuna de US$ 49,3 bilhões

Fundador da ByteDance desbanca o magnata da água engarrafada em ranking anual; setor imobiliário enfrenta queda acentuada

Fundador da ByteDance, Zhang Yiming, alcança o topo da lista dos mais ricos da China com fortuna impulsionada pelo crescimento da receita global da empresa. (Foto/Bloomberg)

Fundador da ByteDance, Zhang Yiming, alcança o topo da lista dos mais ricos da China com fortuna impulsionada pelo crescimento da receita global da empresa. (Foto/Bloomberg)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 06h36.

Zhang Yiming, fundador da ByteDance, tornou-se a pessoa mais rica da China, com uma fortuna avaliada em US$ 49,3 bilhões (aproximadamente R$ 281,6 bilhões), segundo o ranking anual da Hurun China Rich List. Aos 41 anos, Zhang ocupa o primeiro lugar, substituindo o magnata da água engarrafada Zhong Shanshan, cuja riqueza caiu 24% no último ano, passando para US$ 47,9 bilhões (R$ 273,0 bilhões). Essa mudança no topo do ranking marca a 18ª vez que o título de pessoa mais rica da China muda desde o início da publicação da lista, há 26 anos.

De acordo com a Reuters, apesar das disputas legais envolvendo os ativos da ByteDance nos Estados Unidos, a receita global da empresa cresceu 30% no último ano, atingindo US$ 110 bilhões (cerca de R$ 628,1 bilhões), segundo o relatório da Hurun. Esse aumento significativo contribuiu diretamente para o crescimento da fortuna de Zhang, que havia deixado o cargo de CEO da ByteDance em 2021, mas manteve um forte impacto na estratégia da companhia, conhecida mundialmente pelo TikTok.

Entre os demais bilionários, o fundador da Tencent, Pony Ma, figura na terceira posição da lista, enquanto Colin Huang, fundador da PDD Holdings, caiu do terceiro para o quarto lugar, apesar do crescimento das receitas de suas plataformas de e-commerce, Pinduoduo e Temu, focadas em descontos.

A lista deste ano mostra uma retração no número de bilionários na China, com uma redução de 142 indivíduos, totalizando 753 bilionários — uma queda significativa em relação ao pico de 2021. Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun Report, atribui essa diminuição às dificuldades enfrentadas pela economia e pelo mercado de ações chineses, especialmente nas áreas de energia renovável e no setor imobiliário.

Setor imobiliário em queda

As quedas mais drásticas de fortuna ocorreram, de fato, no setor imobiliário, que ainda enfrenta impactos de regulamentações rigorosas e do crescimento mais lento do mercado. Em contraste, o setor de eletrônicos de consumo mostra um avanço rápido, com o fundador da Xiaomi, Lei Jun, acrescentando US$ 5 bilhões (aproximadamente R$ 28,5 bilhões) ao seu patrimônio este ano.

Além disso, empresas de painéis solares, baterias de lítio e veículos elétricos enfrentaram um ano desafiador devido ao aumento da competição e ao excesso de oferta, agravados pela ameaça de tarifas adicionais, o que aumentou as incertezas para esses setores. Em particular, as empresas de painéis solares registraram quedas de até 80% em seu valor de mercado desde o pico de 2021, enquanto os setores de baterias e de veículos elétricos viram suas fortunas cair pela metade e um quarto, respectivamente.

O ranking da Hurun China Rich List, que reflete a dinâmica econômica da China, revela que, enquanto alguns setores avançam rapidamente, outros enfrentam grandes obstáculos. A liderança de Zhang Yiming destaca o crescimento da indústria tecnológica, enquanto os desafios de setores tradicionais sugerem um cenário complexo e competitivo para o próximo ano.

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