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Quanto custa ter um 'caso'? Para esse bilionário, a ex-amante custou US$ 3 bilhões

CEO da WiseTech, Richard White, enfrenta acusações de comportamento inadequado enquanto ações da empresa caem drasticamente

Richard White, CEO da WiseTech, vê sua fortuna diminuir em US$ 3 bilhões após escândalo envolvendo alegações de comportamento inadequado. (WiseTech/Divulgação)

Richard White, CEO da WiseTech, vê sua fortuna diminuir em US$ 3 bilhões após escândalo envolvendo alegações de comportamento inadequado. (WiseTech/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 13h25.

O bilionário australiano Richard White, fundador da WiseTech, está no centro de um escândalo que abalou o mundo dos negócios em Sydney e fez suas ações despencarem. Acusações de comportamento inadequado envolvendo relacionamentos passados levaram a uma queda de 15% nas ações da empresa, eliminando cerca de US$ 3 bilhões (R$ 17,7 bilhões) de sua fortuna, que há apenas três semanas era avaliada em US$ 11,1 bilhões (R$ 63,15 bilhões), segundo a Bloomberg.

As alegações ganharam destaque em um caso judicial envolvendo uma empresária do setor de bem-estar, que teria tido um relacionamento com White. Segundo o jornal Australian Financial Review, a mulher alegou que White esperava favores sexuais em troca de investimentos em seu negócio, e o caso agora está sendo julgado pelo Tribunal Federal da Austrália.

Investigação e impacto nas ações

O escândalo atingiu um novo patamar na segunda-feira, 21, quando os jornais Sydney Morning Herald e The Age relataram que White teria pago milhões a outra ex-parceira sexual para resolver alegações feitas em 2020. Em resposta, o conselho da WiseTech anunciou uma revisão completa das questões levantadas, indicando que está tratando o caso com seriedade.

O impacto no mercado foi imediato. A queda nas ações da WiseTech eliminou bilhões de dólares do patrimônio de White, que é o maior acionista da empresa. Embora o conselho da WiseTech ainda não tenha comentado sobre o número de empregos ou os custos que podem ser afetados pela situação, analistas apontam que a reputação da empresa está comprometida.

A Australian Council of Superannuation Investors (ACSI), que representa grandes fundos de pensão do país, expressou preocupação com as acusações e pediu ao conselho da WiseTech que conduzisse uma investigação aprofundada. O caso começou a atrair atenção significativa quando White tentou falir a empresária de bem-estar, levando a acusações de que ele teria utilizado seu poder financeiro de maneira indevida. Documentos judiciais revelam que ela busca anular o aviso de falência, alegando que White abusou de sua posição de poder durante o relacionamento.

A ascensão de Richard White

Richard White construiu seu império a partir de uma trajetória pouco convencional. Filho da classe média de Sydney, White sonhava em ser uma estrela do rock e chegou a trabalhar como reparador de guitarras, atendendo músicos famosos, como Angus Young, do AC/DC. No entanto, ele logo percebeu que sua paixão pela música não seria financeiramente sustentável e, em 1994, fundou a WiseTech, uma empresa de software para logística.

Desde então, a empresa cresceu rapidamente, chegando a ser avaliada em A$ 1 bilhão (R$ 3,8 bilhões) em 2016, quando entrou na bolsa de valores australiana. Atualmente, a WiseTech emprega cerca de 3.300 pessoas em 37 países, com grandes clientes globais, como DHL, Sinotrans e Nippon Express, utilizando seus serviços para coordenar operações logísticas em todo o mundo.

O escândalo de White ocorre em um momento em que a WiseTech estava em uma trajetória de crescimento consistente, especialmente com a aquisição de várias empresas que fortaleceram sua posição no setor de cadeias de suprimento globais. No entanto, as recentes acusações colocam a empresa em uma posição delicada, à medida que investidores e clientes reavaliam seu futuro. Com a reputação da empresa em jogo e o futuro de White sob escrutínio, o conselho da WiseTech enfrentará desafios significativos nos próximos meses, à medida que busca restaurar a confiança dos investidores e evitar maiores perdas financeiras.

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