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Essas 6 ações estiveram na carteira dos grandes bancos o ano inteiro

Levantamento da EXAME revela quais foram as queridinhas do Ibovespa em 2025

As mais bem cotadas da bolsa: diversificação de setores (Germano Lüders/Exame)

As mais bem cotadas da bolsa: diversificação de setores (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 06h00.

A Bolsa passou o rendimento da renda fixa para trás em 2025. Mesmo com a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, o Ibovespa, principal índice da B3, já havia acumulado alta de quase 32% até o fechamento de ontem. Segundo os analistas, o benchmark tem sido impulsionado por preços atrativos, fundamentos sólidos das companhias e pelo corte de juros nos Estados Unidos, que ajudou a reforçar o fluxo para ações.

Nesse cenário, as carteiras recomendadas dos cinco grandes bancos passaram por sucessivas recomposições ao longo do ano, mas alguns papéis resistiram às mudanças e se consolidaram como as verdadeiras "queridinhas" dessas instituições financeiras.

Para identificar essas preferências, a EXAME analisou todas as 12 carteiras recomendadas e divulgadas ao longo do ano por Itaú, BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), Bradesco, Santander e BB Investimentos (do Banco do Brasil).

O levantamento mapeou a frequência com que cada ação apareceu nas seleções mensais e identificou os papéis mais recorrentes entre as casas. A partir desse cruzamento, foi possível chegar ao ranking das ações mais citadas do ano.

As queridinhas da Bolsa em 2025

Itaú lidera as recomendações

Entre as seis ações mais citadas de 2025, a liderança ficou com as ações preferenciais do Itaú (ITUB4). O banco começou o ano com valor de mercado de R$ 281,257 bilhões e, até o pregão de 18 de dezembro, alcançou R$ 400,525 bilhões, segundo dados da Elos Ayta. No acumulado do ano, os papéis avançaram 60,48%, contando com as distribuições de dividendos.

A ação esteve presente nas recomendações do Santander ao longo de todo o ano, apareceu por dez meses nas carteiras do BTG, foi indicada durante os 12 meses pelo Bradesco e também entrou uma vez na seleção do BB Investimentos.

No relatório mais recente, o Santander reiterou o Itaú como uma de suas principais apostas no setor bancário e elevou o preço-alvo para 2026 de R$ 44 para R$ 49, mantendo a recomendação de compra. Segundo os analistas, a escala do banco e sua diversificação, que vai além do crédito tradicional, ajudam a reduzir a volatilidade dos lucros, mesmo em momentos de maior pressão sobre margens.

A leitura é que, com a inadimplência estabilizada, o Itaú tende a acelerar a concessão de crédito em segmentos específicos, com crescimento de dois dígitos do NII (receita líquida de juros) impulsionado por spreads mais favoráveis. O banco também tem se destacado pelo controle de custos e pela eficiência operacional, além de sustentar planos de crescimento até 2030, segundo a instituição no documento.

Petrobras segue no radar

Em segundo lugar aparece a Petrobras, principal representante do setor de commodities entre as queridinhas de 2025. O valor de mercado da companhia recuou de R$ 490,407 bilhões no início do ano para R$ 409,797 bilhões, segundo a consultoria Elos Ayta. Ainda assim, a estatal seguiu como presença constante nas carteiras recomendadas.

A ação foi indicada ao longo de todo o ano pelo Santander e pelo Bradesco, além de aparecer nas seleções do BTG e do BB Investimentos. Mesmo em um ambiente de preços mais pressionados do petróleo, os analistas seguiram enxergando valor na companhia, especialmente pela qualidade de seus ativos no pré-sal e pela capacidade de geração de caixa.

Relatórios recentes destacam que, apesar da preocupação com excesso de oferta global e com a trajetória do petróleo do tipo Brent, referência mundial, a Petrobras mantém custos de extração baixos e alta produtividade, o que lhe dá resiliência mesmo em cenários mais adversos.

A administração também reforçou o compromisso com a política de dividendos e com o cumprimento do plano de investimentos, o que ajudou a sustentar o interesse dos investidores ao longo do ano.

Sabesp ganha força com saneamento e eficiência

A Sabesp (SBSP3) aparece em terceiro lugar entre as ações mais citadas. O valor de mercado da companhia saltou de R$ 60,491 bilhões para R$ 92,486 bilhões em 2025. O papel esteve presente nas carteiras do Itaú, BTG e Bradesco.

O setor de utilities foi favorecido ao longo do ano, e a Sabesp se destacou como uma das principais teses. Em relatório recenete, o banco JP Morgan reiterou uma visão construtiva para a empresa, apontando crescimento consistente dos lucros, geração de caixa de longo prazo e valuation ainda atrativo, mesmo após a forte valorização das ações.

Segundo a instituição financeira note-americana, a Sabesp "combina escala, qualidade de gestão e previsibilidade regulatória, o que sustenta projeções de crescimento robusto até 2028".

À EXAME, em setembro, Carlos Piani, CEO da Sabesp, afirmou que o foco da companhia tem sido na eficiência e no retorno para a sociedade e para os acionistas.

"Estou bastante feliz e animado, apesar do desafio hercúleo, para alcançar a universalização em São Paulo e transformar a -Sabesp em uma das maiores empresas do mundo", disse o executivo.

Copel avança com dividendos e novos investimentos

A quarta ação mais citada de 2025 foi a Copel (CPLE3). O valor de mercado da companhia passou de R$ 26,062 bilhões para R$ 39,929 bilhões ao longo do ano e o papel foi recomendado por Itaú, BTG, Bradesco e BB Investimentos.

Relatórios do Itaú BBA destacam que o desempenho positivo da empresa foi sustentado por uma combinação de dividendos previsíveis, baixo risco de execução e um plano robusto de investimentos. Segundo o banco, a Copel iniciou a transição de um ciclo de eficiência para um ciclo de crescimento disciplinado, com foco em distribuição, transmissão e geração.

A migração para o Novo Mercado, anunciada para dezembro, também foi vista como um catalisador relevante, com potencial de aumento de liquidez e melhora da governança. Além disso, a expectativa de dividendos elevados e até pagamentos extraordinários mantiveram o papel no radar dos investidores ao longo do ano.

Cyrela e Embraer completam a lista

Entre as mais citadas, a Cyrela (CYRE3) se destacou como a principal aposta do setor imobiliário. O valor de mercado da construtora quase dobrou em 2025, passando de R$ 6,213 bilhões para R$ 11,172 bilhões. A ação foi recomendada por Santander, BB, BTG e Bradesco.

O Bradesco BBI reforçou a Cyrela como sua principal escolha no setor, destacando a alta liquidez do papel e sua sensibilidade ao ciclo econômico. Para os analistas, a empresa oferece uma assimetria atrativa entre risco e retorno, especialmente em um cenário de expectativa de cortes de juros.

Fechando o ranking, a Embraer (EMBR3) apareceu como a quinta ação mais citada. O valor de mercado da fabricante de aeronaves avançou de R$ 41,279 bilhões para R$ 63,674 bilhões até 18 de dezembro de 2025. O papel foi indicado por BTG, Bradesco e BB Investimentos.

A companhia se beneficiou de um ambiente mais favorável para o setor de transporte e bens de capital, com aumento da demanda por aeronaves, resultados sólidos no terceiro trimestre e expectativas de revisão positiva de guidance. O mercado também acompanhou de perto os avanços da Embraer em novos projetos e sua capacidade de capturar oportunidades em um ciclo global de recuperação da aviação mesmo em meio às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

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