Redação Exame
Publicado em 9 de abril de 2024 às 06h34.
El Salvador planeja retornar aos mercados internacionais de dívida pela primeira vez em quase quatro anos enquanto oferece a recompra de alguns de seus títulos existentes a investidores globais. As informações são da Bloomberg.
O governo contratou o BofA Securities para apresentar a gestores um acordo, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
A possível venda de títulos da dívida ocorre num momento em que cresce o apetite por títulos arriscados de mercados emergentes. Isso fez com que o rendimento extra que os investidores exigem para manter a dívida de El Salvador em relação aos títulos do Tesouro dos EUA - conhecido como prêmio de risco soberano - caísse 70 pontos-base desde o início de 2024, para 6,1 pontos percentuais, de acordo com dados do JPMorgan Chase & Co.
Desde meados de 2022, o presidente Nayib Bukele vem conquistando os investidores com sua política de duas recompras de títulos em dólares, uma troca de dívida de pensão e o refinanciamento de suas obrigações locais de curto prazo. Isso ajudou a impulsionar uma alta de três dígitos nos preços dos títulos.
No entanto, o mercado tornou-se mais cauteloso ultimamente, pois as contas do país estão se deteriorando e um empréstimo do Fundo Monetário Internacional não se concretizou.
O governo não especificou a quantidade de títulos com vencimento em 2025, 2027 e 2029 que planeja recomprar. Cerca de US$ 1,75 bilhão está em circulação entre esses títulos.
A última vez que o país vendeu títulos foi no auge da pandemia, há quatro anos, quando fixou o preço da dívida em US$ 1 bilhão com um cupom de 9,5%.
O Fondo de Conservación Vial, uma agência governamental, cancelou uma venda de títulos de US$ 500 milhões em dezembro, afirmando que as condições não eram convenientes.