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Dólar salta 4% com expectativa de juros mais altos nos EUA

Moeda americana ganha força à medida que investidores buscam opções mais seguras de investimento

Onda de aversão a risco fortalece moeda americana (Gary Cameron/Reuters)

Onda de aversão a risco fortalece moeda americana (Gary Cameron/Reuters)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 22 de abril de 2022 às 10h53.

Última atualização em 22 de abril de 2022 às 17h31.

O dólar comercial avançou 4% contra o real, buscando reajustar as expectativas após o dia de cenário negativo no feriado. Na véspera, os ativos de risco foram penalizados após declarações mais favoráveis ao aumento da taxa de juros por parte do presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano).

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Em evento ontem, Jerome Powell citou ata do Fed, que dizia que “um ou mais” aumentos de 50 pontos-base poderiam ser apropriados, sinalizando uma alta dos juros mais dura no início do ciclo de aperto monetário. Com a declaração, o mercado passou a precificar um aumento de 50 pontos-base já em maio.

A declaração gerou uma onda de aversão a risco, fortalecendo a divisa americana conforme investidores buscam proteção em ativos mais seguros.

  • Dólar comercial: + 4,00%, aos R$ 4,805

A alta de hoje pode ser atribuída, ainda, a um movimento de realização após a divisa fechar em forte queda de 1,03% na quarta-feira, véspera de feriado. A moeda encerrou o dia cotada a R$ 4,619, o menor valor da moeda em dois anos.

Com a alta de hoje, no entanto, a moeda acumulou alta de 2,33% na semana.

Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, destaca ainda que o quadro ff agravado pelo cenário político brasileiro. Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro concedeu um indulto ao deputado Daniel Silveira, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos e nove meses de prisão.

Para a economista, a postura do presidente abre margem para que o mercado questione quais medidas Bolsonaro ainda pode tomar para garantir bom desempenho nas eleições presidenciais de outubro. “Foi uma sinalização ruim, que gerou uma crise institucional. Os reflexos são vistos no mercado e provocam ainda mais pressão no real”, afirmou Quartaroli.

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