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Dólar fecha em queda, a R$ 5,33, com aposta em corte de juros nos EUA

Flexibilização da política monetária impulsionou apetite ao risco globalmente, o que levou a um recuo da moeda americana frente ao real

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Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 17h22.

Última atualização em 2 de dezembro de 2025 às 18h09.

O dólar à vista caiu 0,52% nas negociações desta terça-feira, 2, e encerrou o dia cotado a R$ 5,330, próximo da mínima intradiária, de R$ 5,329, e distante do ponto mais alto do dia, quando a moeda americana alcançou os R$ 5,363.

O valor mais alto foi atingido durante a manhã, com a divisa oscilando próximo à estabilidade até confirmar o viés de queda por volta das 11h.

Em dia de agenda esvaziada no exterior, operadores afirmam que o movimento de desvalorização do dólar frente ao real foi influenciado pela perspectiva de mais um corte de juros nos Estados Unidos de 0,25 ponto percentual na reunião do próximo dia 10.

O recuo do dólar também pode ter sido um ajuste frente à queda na sessão passada, após a moeda brasileira cair com a possibibilidade de alta de juros pelo Banco do Japão, que fortaleceu iene e desmontou as operações de "carry-trade". Na sessão desta terça, porém, o corte de juros nos EUA volta a tornar o Brasil atrativo.

"As expectativas de um novo corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana reduzem a atratividade do dólar e reforçam o diferencial de juros a favor do Brasil, especialmente diante da provável manutenção da Selic em 15% ao ano, que mantém o carry trade favorável ao real", disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Tatiana Maluf, banker da Guardian Capital, observa que o dólar cai pelos mesmo motivo que impulsiona a Bolsa brasileira: maior apetite por risco favorece emergentes. No índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, a divisa teve leve recuo de 0,04%.

"O recuo da moeda conversa bastante com o que está acontecendo na Bolsa. Quando o investidor global fica um pouco mais confortável com risco, ele tende a olhar mais pra emergentes, e isso naturalmente enfraquece o dólar no curto prazo", afirmou Maluf.

A sinalização do Banco Central de que está pronto para conter movimentos disfuncionais no câmbio, inibindo pressões sazonais típicas de dezembro, também contribuiu para o avanço do real.

"O dólar está em queda no mundo, o DXY mostra essa perda de 'potência' da divisa americana em 2025.Hoje o Banco Central fez leilões de dólar no mercado, e já sinalizou que vai continuar fazendo durante o mês para alivar qualquer pressão sobre o câmbio e dar liquidez para quem quiser comprar", disse Felipe Sant'Anna, especialista em investimentos do grupo Axia Investing.

Operadores acrescentam que o ambiente foi amais construtivo no mercado doméstico, com o cenário eleitoral em pauta, após pesquisa do instituto AtlasIntel/Bloomberg indicar um aumento da desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O estudo também apontou que Lula empataria tecnicamente com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), em um eventual segundo turno da eleição presidencial de 2026.

O que é o dólar à vista

O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.

A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.

O que é o dólar futuro

O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.

Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.

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