Christine Lagarde: presidente do BCE (Francois Lenoir/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 27 de outubro de 2022 às 07h21.
Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 09h00.
Bolsas internacionais operam sem uma direção definida na manhã desta quinta-feira, 27, com investidores digerindo os últimos resultados da temporada de balanços enquanto aguardam pela decisão do Banco Central Europeu (BCE), prevista para às 9h15.
A grande expectativa é de que a equipe chefiada por Christine Lagarde promova mais uma elevação de 0,75 ponto percentual, levando a taxa de depósito do BCE de 0,75% para 1,5%. Se confirmada, a alta será a terceira consecutiva, na tentativa de controlar a inflação. O Índice de Preço ao Consumidor da Zona do Euro está em 9,9%, próximo da máxima já registrada no bloco.
A alta de juros, embora tenda a fortalecer a moeda local, não deve dar grande suporte ao euro, segundo economistas do banco ING. "Este foi realmente o caso nas últimas reuniões, onde o BCE surpreendeu consistentemente do lado hawkish, mas isso não evitou uma depreciação do euro", afirmaram em relatório.
O mercado internacional também segue atento aos dados econômicos dos Estados Unidos. Nesta quinta, a expectativa gira em torno da divulgação do PIB do terceiro trimestre. O consenso do mercado é de que a economia americana tenha crescido 2,4% no trimestre, tirando o país da recessão técnica, após duas quedas consecutivas do PIB. Esta será primeira prévia do PIB americano do período (com mais duas revisões previstas para os próximos meses). A chance de surpresas, portanto, será maior.
Números surpreendentemente fracos para o período, porém, tendem a provocar efeito positivo no mercado, com investidores precificando altas de juros mais brandas pelo Federal Reserve. Ainda que grande parte das apostas seja de mais uma alta de 0,75 p.p. na reunião da semana que vem, investidores ainda estão dividos sobre o tamanho da elevação na reunião de dezembro. As apostas se dividem entre outra de 0,75 p.p. e uma mais branda de 0,50 p.p..
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Desempenho dos indicadores às 7h20 (de Brasília):
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic inalterada em decisão da última noite, como amplamente esperado por investidores.
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Do lado corporativo, o mercado acompanha de perto os resultados do terceiro trimestre. Nos Estados Unidos, a grande reação desta manhã é sobre as ações da Meta (Facebook), que desabam 20% no pré-mercado, após seu lucro do período ter desabado pela metade para US$ 4,39 bilhões. O lucro por ação ficou em US$ 1,64, abaixo do consenso de US$ 1,93.
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Por aqui, o mercado deve reagir ao balanço da Ambev (ABEV3), divulgado nesta madrugada. O lucro da empresa caiu 13,4% no trimestre para R$ 3,21 bilhões. A receita subiu 11,3% para R$ 20,6 bilhões. Também foram divulgados entre a última noite e esta manhã os balanços da Klabin, Log e Odontoprev.
Para hoje, a grande expectativa é quanto ao resultado da Vale (VALE3), que será divulgado após o encerramento do pregão. Investidores esperam por uma queda de receita na ordem de 19,4% para US$ 10,223 bilhões no terceiro trimestre.
Também apresentam balanços nesta quinta Suzano (SUZB3), GOL (GOLL3) e Grendene (GRND3).
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