Anbima fez um estudo sobre a Fintwit e seu alcance, em que identificou ao menos 266 influenciadores, que juntos têm uma base de 74 milhões de seguidores. (Divulgação/Shutterstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de setembro de 2022 às 09h57.
Última atualização em 2 de setembro de 2022 às 10h00.
Desde quarta-feira, a comunidade do mercado financeiro no Twitter, batizada há alguns anos de Fintwit, está agitada. Dezenas de usuários receberam um comunicado da rede social informando que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais, havia solicitado os dados dos usuários das contas, no âmbito de uma investigação. O sinal é de que haverá fiscalização mais rigorosa nas redes por parte da autarquia, na esteira do crescimento nos últimos anos de postagens de dicas relativas a investimentos na Bolsa.
Além disso, recentemente a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) fez um estudo sobre a Fintwit e seu alcance, em que identificou ao menos 266 influenciadores, que juntos têm uma base de 74 milhões de seguidores.
Uma fonte com conhecimento no assunto afirmou que o pedido ao Twitter faz parte de um conjunto de ações que busca ampliar a fiscalização das redes pela CVM, e que a ação não é uma cruzada contra esse grupo, mas busca atuar onde pode haver problemas e prover segurança aos investidores que buscam informações na rede.
A sinalização de que esse era um assunto prioritário para a CVM já havia sido dada pelo ex-presidente Marcelo Barbosa, que deixou a autarquia em julho, após cinco anos. Ele disse que, embora fosse importante o trabalho de influenciadores, havia riscos, como pessoas que dão conselhos de investimento sem serem analistas certificados ou que usam as redes para manipular o mercado.
Alguns influenciadores, porém, questionaram a veracidade do pedido feito pela CVM ao Twitter, que incluía dados como CPF e endereço. Procurada, a autarquia confirmou a ação e disse se tratar de um "trabalho de supervisão temática, no âmbito do Plano de Supervisão Baseada em Risco (SBR), da Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), envolvendo atuação de influenciadores digitais nos mercados regulamentados pela autarquia, aprovada recentemente pelo colegiado da CVM".
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