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Copom, Fomc e inflação na Europa: o que move o mercado

Investidores aguardam decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos

Radar: todas as atenções se voltam para a Super Quarta (Anadolu Agency/Getty Images)

Radar: todas as atenções se voltam para a Super Quarta (Anadolu Agency/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 08h46.

Os mercados internacionais operam sem direção única nesta quarta-feira, 18, dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Open Market Committee (Fomc). Nos Estados Unidos, os índices futuros sobem de forma modesta. Na Europa, impactadas pela aceleração na inflação britânica, as bolsas caem. Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, de olho nos EUA, os mercados fecharam mistos.

Super Quarta

Todas as atenções se voltam hoje para as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O dia, conhecido como Super Quarta (quando as decisões coincidem) era aguardado com altas expectativas pelo mercado. Isso porque é esperado um corte de juros nos EUA, enquanto por aqui é aguardado uma alta.

O movimento dá início a um cenário novo para ambos os países. A última vez que houve um corte nos juros americanos foi no dia 3 de março de 2020.

Já os juros brasileiros passaram por um ciclo de corte, iniciado em 2 de agosto do ano passado e terminado no dia 20 de março deste ano. Nas reuniões subsequentes até então, a Selic passou por manutenção nas decisões subsequentes. Ou seja, agora o cenário muda para um ciclo de alta.

O penúltimo Boletim Focus do Banco Central (BC) inclusive revisou a Selic final de 2024 para 11,50%, o que implicaria em três elevações de 0,25 pontos percentuais (pp) nesta e nas próximas duas reuniões.

Apesar de já estar precificado no mercado ambos movimentos, a magnitude dos cortes ainda gera dúvidas entre o mercado. Nos EUA, a plataforma FedWatch, do CME Group, mostra que 63% dos traders apostam em uma alta de 50 pp. Por aqui, a plataforma da B3 registra 77,5% de chances da Selic subir 25 pp.

Entretanto, alguns agentes do mercado ainda temem que a economia americana passe por uma recessão, após dados do mercado bem mais fracos do que o esperado. Com isso, acreditam que um corte de maior escala seria necessário. A exemplo da divergência, o Bank of America projeta um corte de 0,25 pp, enquanto o J.P. Morgan aposta em 0,50 pp.

Por aqui, falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de que o ciclo de alta seria gradual, solidificaram a ideia de um corte de menor tamanho. Porém, no cenário inverso dos EUA, alguns agentes do mercado temem que algumas pressões ainda persistentes nos preços poderiam justificar uma alta maior.

As decisões do Federal Reserve (banco central americano) e do BC do Brasil saem às 15h e por volta das 18h. Após a decisão do Fed, o presidente Jerome Powell concede discurso às 15h.

Inflação na Europa

Em dia de agenda de indicadores mais esvaziada, o destaque é a inflação da Europa. Pela manhã, o ONS, órgão de estatísticas do Reino Unido, divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que cresceu 2,2% em agosto, na comparação anual.

O resultado veio em linha com o esperado do consenso FactSet e apresentou estabilidade frente a julho, mês que também registrou alta de 2,2%.

Entretanto, na comparação mensal, o CPI do Reino Unido avançou 0,3% em agosto, mostrando uma aceleração ante a deflação de -0,2% observada um mês antes, mas em linha com o esperado.

O núcleo do CPI britânico, medida de inflação que desconsidera preços de energia e alimentos, subiu 0,4% em agosto ante o mês anterior, quando registrou 0,1% de avanço. Já no confronto anual, o núcleo do CPI teve alta de 3,6% no último mês, em linha com a estimativa da FactSet.

A aceleração do núcleo do índice afasta ainda mais a possibilidade do corte de juros amanhã pelo Banco da Inglaterra (BoE), o que também pressionou as bolsas, principalmente a de Londres.

Na zona do euro, o CPI passou por revisão e confirmou uma desaceleração na taxa anual em 2,2%. O movimento ocorre uma semana depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter reduzido suas taxas de referência.

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