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Copel apresenta proposta de reforma de estatuto, avança rumo à privatização e ação sobe

A empresa visa ingressar no Novo Mercado, se tranformando numa empresa de capital disperso e, por isso, sem acionista controlador

Copel segue rumo à privatização (Copel/Divulgação)

Copel segue rumo à privatização (Copel/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 9 de junho de 2023 às 11h46.

Última atualização em 9 de junho de 2023 às 12h05.

O avanço da Copel, empresa de energia do Paraná, rumo à privatização animou os investidores na primeira hora do pregão desta sexta-feira, 09. As ações subiam 3,5% às 11h15, para R$ 7,97. Entre várias temas, a proposta da empresa prevê a exclusão de dispositivos previstos na Lei das Estatais.

Na noite de quarta-feira, véspera do feriado de Corpus Christi, a companhia informou que o conselho aprovou a convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE), em 10 de julho, para tratar de temas que devem facilitar a privatização da empresa, uma das bandeiras do governo de Ratinho Júnior, reeleito em 2022.

A companhia propõe uma reforma do estatuto que permita ingressar no Novo Mercado, se tranformando numa empresa de capital disperso e, por isso, sem acionista controlador. O Novo Mercado é um segmento de listagem da B3 para negociação de ações de empresas que se comprometem voluntariamente a adotar práticas de governança corporativa além daquelas exigidas por lei. 

Unificação e conversão de ações

Um dos temas propostos pela empresa é a unificação das ações preferenciais classe A e B e conversão em ações ordinárias. Também prevê a criação de limitação para que nenhum acionista ou grupo de acionistas venha a exercer votos correspondentes a mais de 10% do total de votos conferidos pelas ações com direito a voto em cada deliberação.

Poison pill e Golden Share

A proposta também prevê a inclusão de uma "poison pill". A "pílula de veneno" é um termo comum entre companhias abertas e funcionam como instrumento de contrapeso, que protegem acionistas minoritários.

Pela proposta da Copel, um acionista ou um grupo de acionistas que se tornem titulares de mais de 25% do capital votanmte (ações ordinárias) têm obrigação de fazer uma oferta pública para a aquisição da totalidade das demais ações ordinárias, por valor, no mínimo, 100% superior à maior cotação das ações ordinárias nos últimos 504 pregões anteriores à aquisição. A proposta também cita correção pela Selic. Quem ultrapassar 50% deverá ofertar por valor, no mínimo, 200% superior sob os mesmo critérios.

Embora o proponha a conversão de ações preferenciais A e B em ações ordinárias, a empresa também está propondo a  criação e emissão de Golden Share, que será uma ação preferencial de classe especial de titularidade do Estado do Paraná. Esse instrumento dá poder de veto e visa garantir investimentos nda Copel Distribuição. Essa Golden Share estará condicionada à liquidação da potencial oferta de ações prevista pela empresa e consequente transformação em "corporation" (empresa sem acionista controlador).

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