Mercado de ações: Ibovespa retornou ao patamar dos 157 mil pontos
Redação Exame
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 06h00.
O mercado financeiro brasileiro inicia a semana em estado de atenção. Os investidores preparam-se para um pregão que deve começar com as ações desvalorizadas, após o movimento de correção que atingiu a B3 na última sexta-feira. Em apenas um dia, o valor total de mercado da bolsa brasileira sofreu uma redução de R$ 182,7 bilhões, de acordo com cálculos da Elos Ayta.
"Somando o impacto consolidado de todas as empresas listadas, o valor total de mercado da B3 recuou de R$ 4,93 trilhões para R$ 4,74 trilhões", diz a nota da consultoria.
O Itaú Unibanco foi o principal destaque negativo da última sexta, liderando as quedas do Ibovespa e perdendo R$ 19,1 bilhões em valor de mercado na sessão. Logo atrás, veio a a Petrobras, que ficou R$ 17,7 bilhões mais barata. As duas empresas foram responsáveis por cerca de 20% de todas as perdas registradas na sessão.
Mas todo setor bancário demonstrou ampla sensibilidade à aversão ao risco do dia, com o Bradesco perdendo R$ 11 bilhões em valor de mercado e o Banco do Brasil recuando R$ 9,2 bilhões. A retração não se limitou a esses segmentos.
Companhias de setores diversos também foram penalizadas, como a Axia Energia (ex-Eletrobras), que perdeu R$ 7,9 bilhões de market cap, e a Rede D'Or, com queda de R$ 7,3 bilhões.
O Ibovespa apagou os ganhos que vinha acumulando ao longo da última semana, com uma queda de 4,31% na sexta-feira que levou o benchmark de volta à casa dos 157 mil pontos. Em questão de horas, o Ibovespa retrocedeu o equivalente a quase dois meses de avanço. Foi também a maior queda diária do índice em quase cinco anos.
Os investidores vão seguir de olho no motivo desse revés na bolsa: a corrida eleitoral para 2026. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou que vai disputar o pleito no ano que vem, com o apoio do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A notícia trouxe incertezas sobre as chances de alternância de poder no ano que vem, já que, segundo analistas, o mercado preferia que a direita fosse representada por algum governador que tivesse mais chances de ganhar a eleição no segundo turno.