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B3 (B3SA3): mesmo com alta em novembro de 15%, BTG corta recomendação para neutra

Analistas dizem estar de olho em “outros nomes para capturar a tese de mercado de capitais”

Painel da B3: BTG Pactual corta recomendação de B3SA3 (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3: BTG Pactual corta recomendação de B3SA3 (Germano Lüders/Exame)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 13 de novembro de 2023 às 17h03.

Última atualização em 13 de novembro de 2023 às 19h02.

A B3 (B3SA3) liderou as quedas do Ibovespa desta segunda-feira, 13. No fechamento da sessão, os papéis B3SA3 recuaram 4,09%. E o motivo? O BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) agora está de olho em “outros nomes para capturar a tese de mercado de capitais” e rebaixou a recomendação da bolsa brasileira para neutra.

Em relatório publicado hoje, os analistas do banco destacam que as ações da B3 subiram 5% apenas na última sexta-feira e aproximadamente 15% no acumulado do mês — levando em conta o fechamento da sexta-feira, 10. No entanto, após considerar os números do terceiro trimestre em conjunto com dados de volume mais recentes, as estimativas de lucro por ação foram reduzidas em 1% e 1,5% em 2024 e 2025, respectivamente.

“Embora novos caminhos, como dados e tecnologia, ainda estejam surgindo, a B3 continua a depender mais dos volumes do mercado de ações, que continuam fracos e devem permanecer assim no curto prazo. Do lado dos custos, as despesas aumentaram no terceiro trimestre devido à consolidação da Neurotech”, dizem os analistas. 

Números fracos da B3

Ainda no relatório, o BTG frisa que o terceiro trimestre foi de números fracos para a bolsa brasileira. Durante o período, a B3 reportou um lucro líquido recorrente de R$ 1,16 bilhão, alta anual de 0,5%. “Anteriormente, projetamos que os cortes na taxa Selic estimulariam aumento de volumes dos investidores de varejo e institucionais, levando a um volume médio diário negociado (ADTV) mais alto. No entanto, após um fraco número no terceiro trimestre, os mercados de capitais do Brasil continuam desafiadores.”

Mas para o ano que vem, diante da perspectiva de corte na taxa de juros, o banco manteve sua estimativa inalterada em R$ 25 bilhões. “Por outro lado, aumentamos ligeiramente as nossas estimativas de despesas operacionais para 2024-25, uma vez que as recentes aquisições deverão exercer pressão”, alertam os analistas.

B3SA3 e a máquina de fluxo de caixa

Além de volumes fracos e as despesas apresentam tendência de alta, outro fator negativo apontado é o potencial fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP), que o BTG considera que irá se concretizar a partir de 2025, provavelmente impactará mais a B3 do que seus pares do mercado de capitais. Ainda assim, os analistas consideram que a bolsa brasileira terá fortes vantagens competitivas.

“A B3 é o player dominante em seus segmentos de atuação e não esperamos que isso mude tão cedo, mesmo que a concorrência aumente. A sua diversificação tem sido de grande ajuda em tempos em que os mercados de acionários sofrem. A B3 mantém margens muito fortes e é uma máquina de fluxo de caixa”, dizem.

Segundo os analistas, as ações são negociadas atualmente a aproximadamente 15,5 vezes o preço por lucro de 2024 e 2025, fato que os leva a considerar a B3SA3 uma boa opção para uma possível recuperação no mercado de capitais do Brasil. “No entanto, vemos agora um potencial de valorização mais forte em outros nomes como, por exemplo, a XP e BR Partners. Como resultado, estamos rebaixando a ação para Neutro”, finaliza o documento.

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