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Aquisição da Expedia? O plano da Uber para se tornar um 'super app'

Plano visa integrar viagens e transporte em um só aplicativo, consolidando presença da Uber em novos setores, segundo informações do Financial Times

A Uber avalia a aquisição da Expedia, mirando expandir seus serviços e consolidar-se como um super app de mobilidade e viagens. (Bloomberg/Getty Images)

A Uber avalia a aquisição da Expedia, mirando expandir seus serviços e consolidar-se como um super app de mobilidade e viagens. (Bloomberg/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 11h10.

A Uber está considerando uma aquisição da Expedia, avaliada em aproximadamente US$ 20 bilhões (cerca de R$ 112 bilhões), em um movimento que representaria a maior transação da empresa na história. O objetivo seria expandir sua atuação no mercado de viagens, consolidando-se como um “super app” com múltiplos serviços integrados, segundo fontes familiarizadas com o assunto ao Financial Times.

Nos últimos meses, a Uber se aproximou de consultores para avaliar a possibilidade de compra e discutir como um acordo poderia ser estruturado. A ideia foi inicialmente apresentada por terceiros, e o CEO Dara Khosrowshahi, que liderou a Expedia de 2005 a 2017 e ainda faz parte de seu conselho, pode desempenhar um papel central nas negociações, embora provavelmente se afastaria de discussões diretas para evitar conflitos de interesse.

A negociação continua em fase preliminar, e não houve um avanço formal por parte da Uber. Embora nenhuma proposta tenha sido apresentada, a perspectiva de uma fusão fez as ações da Expedia subirem 7,6% no pós-mercado, enquanto os papéis da Uber caíram 2,7%.

Transformação em 'super app'

Desde sua estreia como aplicativo de transporte, a Uber tem expandido seus serviços para incluir entrega de alimentos, logística corporativa e, mais recentemente, reservas de viagens, à semelhança dos super aplicativos chineses como WeChat. Khosrowshahi declarou recentemente que a empresa quer ser o principal canal para qualquer tipo de mobilidade e serviço que os usuários desejem.

A Expedia é a quarta maior empresa de viagens online, gerando US$ 12,8 bilhões (cerca de R$ 71,7 bilhões) em receita em 2023, durante o pico de recuperação pós-pandemia. No entanto, a empresa alertou recentemente sobre uma desaceleração na demanda por viagens, o que pode abrir caminho para uma possível negociação com a Uber.

Com um crescimento de 85% nas ações no último ano e uma capitalização de mercado de US$ 173 bilhões (cerca de R$ 968 bilhões), a Uber vem fortalecendo sua posição para fusões e aquisições. Em fevereiro, a empresa registrou seu primeiro ano de lucratividade operacional, impulsionada pela alta demanda no transporte e crescimento acelerado na área de publicidade.

Expansões anteriores incluem a compra da Postmates e da Drizly, além da aquisição da Transplace e da Careem, no Oriente Médio. A Uber também possui participações em empresas como a Aurora e a DiDi, além de parcerias com serviços de táxi autônomo da Waymo e da Cruise.

CEO da Uber e a Expedia

Khosrowshahi é uma figura influente tanto na Uber quanto na Expedia, onde anteriormente ocupou uma posição de destaque e ainda mantém laços significativos. Durante seu período na Expedia, ele se destacou como um dos executivos mais bem pagos dos Estados Unidos. Quando ingressou na Uber, recebeu compensações vinculadas ao desempenho das ações, que devem atingir uma avaliação de US$ 120 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões) para ele obter benefícios adicionais.

A proposta de compra da Expedia faz parte de um esforço mais amplo para consolidar e diversificar os serviços oferecidos pela Uber, tornando-a menos dependente de seu setor de origem. Se concluída, a aquisição da Expedia reforçaria a posição da Uber como um dos principais players globais em mobilidade e serviços de viagem.

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