Repórter
Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 08h57.
Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 09h48.
A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou na última quarta-feira, 25, dia de Natal, um pedido de informações sobre a cotação do dólar ao Banco Central (BC) devido à cotação registrada pelo Google da moeda americana em relação ao real. No feriado de ontem, a plataforma mostrava que o dólar estava a R$ 6,38, mas o último dia de negociações na bolsa de valores (B3) foi na segunda-feira, 23, quando a cotação fechou em R$ 6,18.
“De fato, causa estranheza que, em pleno feriado de 25/12, data sem Ptax, ocorra uma disparidade de informações relacionadas à cotação da referida moeda”, afirma o documento da AGU encaminhado ao Banco Central. Os dados que devem ser enviados pelo BC poderão ser usados em uma eventual atuação da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU, em uma eventual atuação do órgão federal com relação ao Google.
Google apresenta cotação errada do dólar pela segunda vez em dois mesesNo documento, a AGU sinalizou urgência na resposta, e solicitou informações como a cotação do dólar no Brasil nesta quarta-feira, 25/12; valor da moeda americana em outros países na mesma data; bem como se a cotação em outros países pode impactar o valor da moeda brasileira no feriado.
Após a atuação da AGU, por meio da expedição de ofício com o pedido de informações ao Bacen, o Google já não exibe a cotação de R$ 6,38 como resultado nas buscas realizadas pelos usuários.
“A atuação da Advocacia-Geral da União tem como objetivo combater a desinformação de dados econômicos de grande relevância para a sociedade brasileira”, destaca o advogado-geral da União, Jorge Messias. “Recentemente, informações de fontes desconhecidas sobre a cotação real do dólar foram novamente veiculadas na plataforma Google. O câmbio Ptax é a cotação oficial no Brasil, não definido nesta quarta-feira pelo Banco Central devido ao feriado”, complementa uma nota publicada pela AGU.
Procurada pela reportagem via e-mail, o Google respondeu que não irá comentar a iniciativa da AGU e acrescentou que "os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros" e que a equipe trabalha com seus parceiros "para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações".