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O que acontece se um dos herdeiros não quiser assinar o inventário?

Buscar uma solução amigável é sempre a melhor opção; contudo o processo judicial garantirá a resolução do impasse

No inventário judicial, o juiz nomeará um inventariante para administrar os bens e conduzir o processo (milosducati/Thinkstock)

No inventário judicial, o juiz nomeará um inventariante para administrar os bens e conduzir o processo (milosducati/Thinkstock)

Publicado em 17 de julho de 2024 às 18h05.

A recusa de um herdeiro em assinar o inventário pode complicar significativamente o processo de partilha de bens. Mas primeiro: o que é um inventário?

O inventário é um procedimento jurídico destinado a identificar, avaliar e partilhar os bens e dívidas de uma pessoa falecida entre seus herdeiros. Esse processo pode ser realizado de duas maneiras:

1. Inventário Judicial

É obrigatório quando há discordância entre os herdeiros ou se houver herdeiros menores de idade ou incapazes. O processo é conduzido por um juiz, que nomeia um inventariante para administrar os bens até a conclusão da partilha.

Passos do inventário judicial:

  • Abertura do inventário: Iniciado mediante solicitação ao juiz.
  • Nomeação do inventariante: Geralmente um dos herdeiros é escolhido.
  • Levantamento dos bens: Avaliação de todos os ativos e passivos do falecido.
  • Partilha: O juiz determina a divisão dos bens conforme a lei ou o testamento.

2. Inventário Extrajudicial

Pode ser realizado em cartório quando há consenso entre os herdeiros e todos são maiores e capazes. É um processo mais rápido e menos burocrático.

Passos do inventário extrajudicial:

  • Acordo entre herdeiros: Todos devem concordar com a divisão dos bens.
  • Escritura pública: O inventário é formalizado por meio de uma escritura pública no cartório.
  • Partilha: A partilha dos bens é feita conforme o acordo estabelecido.

Aqui estão as principais consequências se alguma das partes não quiser assinar o documento e os passos a serem seguidos:

Consequências da recusa

  1. Atraso no processo: A falta de assinatura de um herdeiro impede a conclusão do inventário, atrasando a divisão dos bens entre os herdeiros. Isso pode resultar em uma espera prolongada para que todos os envolvidos recebam sua parte do patrimônio.
  2. Custos adicionais: O processo se torna mais demorado e caro, pois pode ser necessário recorrer à via judicial para resolver o impasse. Custos com honorários advocatícios e taxas judiciais podem aumentar significativamente.

Medidas a serem tomadas

  1. Conciliação: Tentar resolver a questão amigavelmente, por meio de conversas e negociações entre os herdeiros. A mediação pode ser uma ferramenta útil para facilitar o diálogo e chegar a um consenso.
  2. Ação judicial: Caso a conciliação não funcione, o caminho é entrar com uma ação de inventário judicial, onde o juiz decidirá sobre a partilha dos bens. Esse processo formaliza a distribuição do patrimônio e garante que todos os herdeiros sejam ouvidos.

Processo judicial

No inventário judicial, o juiz nomeará um inventariante para administrar os bens e conduzir o processo. Todos os herdeiros serão convocados a participar das audiências, e o juiz tomará a decisão final sobre a partilha dos bens. Durante o processo, o inventariante é responsável por manter a integridade e o valor dos bens até a conclusão do inventário.

Passos no processo judicial:

  • Nomeação do inventariante: O juiz designa um inventariante, que pode ser um dos herdeiros ou um terceiro.
  • Avaliação dos bens: Todos os bens do espólio são avaliados e listados.
  • Audiências: Os herdeiros participam de audiências para discutir a partilha.
  • Decisão judicial: O juiz determina como os bens serão distribuídos entre os herdeiros.

Por que é importante você saber sobre inventários

A recusa de um herdeiro em assinar o inventário pode atrasar significativamente a partilha de bens, resultando em custos adicionais e a necessidade de recorrer à justiça. Buscar uma solução amigável é sempre a melhor opção, mas, se não for possível, o processo judicial garantirá a resolução do impasse, assegurando que todos os herdeiros recebam sua parte do patrimônio de maneira justa e legal.

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